Em evento com Lula no Piauí, plateia pede permanência de Wellington Dias
Ministério do Desenvolvimento Social, comandado pelo ex-governador do estado, é alvo de cobiça do Centrão
Emanuelle Menezes
O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT-PI), foi recebido aos gritos de "fica, índio" durante o evento de lançamento do "novo PAC", na manhã desta 5ª feira (31.ago), em Teresina, no Piauí. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também participou da cerimônia.
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A pasta comandada por Dias é alvo da cobiça do Centrão, que aguarda postos no primeiro escalão para embarcar no governo Lula. O PT, no entanto, não abre mão do ministério, que é responsável pelo Bolsa Família, um dos principais programas sociais dos petistas.
Além do pedido da plateia presente, Lula também teve que ouvir o apelo de Anísia Teixeira, representante do Movimento Nacional da Luta por Moradia. Em seu discurso, em que lembrou que o Piauí foi o estado em que o presidente teve mais votos nas eleições de 2022 (76,86% dos votos válidos no 2º turno), a apoiadora afirmou:
"O índio [apelido de Wellington Dias] vai ficar. É a nossa cota do Piauí. É a nossa cota e nós não vamos abrir mão" , disse Anísia Teixeira.
Na sua vez de discursar, o presidente elogiou Dias. "Eu sempre achei o Wellington o índio mais esperto que eu conheci na vida. Eu achava que era quase humanamente impossível aparecer um governador mais esperto que o Wellington", disse ele que completou: "Quero dar os parabéns para vocês, por terem conseguido encontrar entre esses milhões de piauienses alguém mais esperto para suceder o Wellington", declarou em referência ao atual governador do estado, Rafael Fonteles (PT).
O petista também falou sobre a votação do projeto que prorrogou a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia até 2027, que aconteceu na noite de 4ª feira (30.ago), na Câmara dos Deputados.
A desoneração permite aos empregadores substituir a contribuição previdenciária, de 20% sobre a folha de pagamentos, por uma alíquota sobre a receita bruta, que varia entre 1% a 4,5%.
"Cada vez que desonera, que o governo federal perde receita, no fundo no fundo quem perde receita é o município, que recebe o Fundo de Participação dos Municípios e que o dinheiro não vai para eles", disse o presidente da República.
Segundo Lula, nesse tipo de discussão é necessário ouvir o governo federal e os trabalhadores, além dos empresários.