Lula quer convencer países da fronteira amazônica a se unirem contra crime organizado
Chefes dos 8 países que fazem parte da floresta vão se encontrar na Cúpula da Amazônia, em Belém (PA)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que quer "convencer" os países que vão participar da Cúpula da Amazônia, nos dias 8 e 9 de agosto, a trabalhar de forma unida no combate ao crime organizado e ao narcotráfico nas fronteiras. A declaração foi dada durante entrevista para rádios amazônicas, na manhã desta 5ª feira (3.ago).
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"Nós vamos fazer um grande debate e vamos tentar convencer os nossos parceiros de que precisamos trabalhar de forma unida, de forma coesa, para combater o crime organizado, o narcotráfico e cuidar do nosso povo que mora na floresta", disse o presidente.
Desde que foi assinado o Tratado de Cooperação Amazônica, há 45 anos, será a primeira vez que chefes de Estado de Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela vão discutir em conjunto as questões da Amazônia. O encontro, que vai acontecer em Belém, no Pará, é, segundo Lula, um jeito de cuidar dos povos que vivem na Amazônia.
"Cuidar da Amazônia não é apenas cuidar da floresta, é cuidar do povo amazônico", declarou o petista.
Para isso, a ideia do Governo Federal é envolver os municípios, estados e países fronteiriços, tanto no combate ao narcotráfico quanto na luta contra o desmatamento. Uma base da Polícia Federal deve ser criada em Manaus, a partir de proposta do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.
"Vamos fazer uma reunião com todos os prefeitos das cidades amazônicas, vamos discutir com eles uma política de combater tudo que for ilegal. Vamos colocar a Polícia Federal com uma base central em Manaus, para que a gente possa atuar em conjunto com todos os outros estados, vamos fazer convênio com os países fronteiriços para que a gente possa combater o crime organizado, ao narcotráfico, ao garimpo ilegal, aos madeireiros ilegais", disse o presidente, que completou:
"Nós vamos querer uma ação conjunta. Não adianta eu querer ficar brigando pelo desmatamento aqui de Brasília, se eu não convencer os prefeitos das cidades onde acontecem as queimadas e o desmatamento a serem parceiros do governo. Então ao invés de apenas proibir, nós precisamos estabelecer com eles uma forma de premiar as cidades e os prefeitos que melhor fizerem o combate ao desmatamento".
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