Mulheres diplomatas criticam Lula e Itamaraty: "Profunda frustração"
Associação das Mulheres Diplomatas Brasileiras (AMDB) cobra promessas não cumpridas pelo governo
A Associação das Mulheres Diplomatas Brasileiras (AMDB) criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo baixo percentual de mulheres nomeadas para cargos no exterior. O descontentamento com o atual gestão do Palácio do Planalto foi externado após o Executivo oficializar a designação de mais quatro homens para ocuparem cargos diplomáticos de chefia em missões consulares brasileiras no exterior.
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Em nota, a entidade manifestou "profunda frustração com a falta de compromisso da chefia do Ministério das Relações Exteriores (MRE) com a promoção de uma política de gênero institucionalizada dentro do órgão, em particular no tocante à ocupação de cargos de chefia no Brasil e no exterior".
"Os números vão na contramão das palavras do próprio ministro das Relações Exteriores que, em seu discurso de posse, anunciou a elaboração de uma política de diversidade e inclusão no ltamaraty e, mais especificamente, o compromisso de ?ampliarmos sua presença (das mulheres) em cargos de chefia?", defendem as diplomatas no posicionamento.
A associação defende que, na Comissão e Relações Exteriores do Senado Federal, o chanceler Mauro Vieira "reiterou compromisso com a promoção da diversidade, de modo a reverter a lógica das desigualdades, reproduzida historicamente pela sociedade brasileira"
"Uma política institucionalizada deve incluir a adoção de ações afirmativas, implementadas por meio de instrumentos legais e infralegais, que garantam a real presença de mulheres nos cargos de liderança do Ministério. E, enquanto estas medidas não são aprovadas, deve contemplar o firme compromisso de nomear mulheres para os cargos de liderança dentro da instituição, o que, infelizmente, pelos números atingidos até o momento, não tem se confirmado", prosseguem.
Segundo a AMDB, todas as designações tornadas públicas pela atual chefia do Itamaraty representam um total de 47 nomeações, dos quais 41 se referem a diplomatas homens, representando um total de 12,7% de indicações femininas.
Para a entidade, há "nítido descompasso entre palavras e ações". "Passados quase seis meses de gestão, as mulheres diplomatas seguem aguardando as medidas que revelem efetivo compromisso com a promoção da equidade de gênero e, sobretudo, respeito ao profissionalismo e à dedicação das mulheres na carreira diplomática brasileira", enfatizam.