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Governo não tem voto para vencer MP que reestrutura ministérios

Centrão dá ultimato e quer reforma ministerial em troca de votos

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Se o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), quiser, o governo será derrotado nesta 4ª feira (31.mai)  na votação da Medida Provisória que reestrutura a organização do Executivo, como número de ministérios e suas atribuições. Por enquanto, Lira quer a derrota. Só mudará de ideia se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fizer gestos concretos para agradar o centrão.

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O desejo é que Lula troque ministros, como Renan Filho, do MDB, filho do senador Renan Calheiros (MDB-AL), adversário político de Lira em Alagoas, além de ministros do União Brasil, como Juscelino Filho, das Comunicações, e Daniela Carneiro, do Turismo.

Lira rebateu a informação, por uma rede social. "É falsa e descabida a informação que pedi a cabeça de ministro, e muito menos em troca de aprovação de qualquer proposta do Governo", publicou ele.

O centrão da Câmara se ressente por considerar que somente o Senado conseguiu  emplacar nomes na escalação dos ministros. Também exige poder indicar nomes. E logo.

Mas parlamentares relatam a Lira a falta de paciência com as sinalizações do governo de que essa troca vai acontecer em breve, mas que nunca é concretizada. Portanto, o plano é claro:  primeiro os deputados do centrão aprovaram com folga o projeto do Marco Fiscal, o mais importante desde que o governo começou. Desta forma, ofereceu a degustação de como é ter o centrão aliado. 

Agora, apresenta ao Palácio do Planalto o horizonte de estragos que a falta do apoio de Lira e de seus deputados pode reservar ao petista.

Lula sabe da demanda. E já recebeu o ultimato de Lira. O governo fez as contas e sabe não ter votos suficientes para aprovar a medida provisória sem a ajuda do centrão. 

No fim da manhã desta 4ª, o presidente da República ligou para o da Câmara e fez um apelo por ajuda na aprovação da MP. Marcaram de conversar no fim do dia, antes da possível votação do texto.

O presidente da Câmara está com deputados da oposição na residência oficial. O deputado Felipe Carreras (PSB-PE) participou da reunião. Na saída, ele confirmou as tratativas entre Lula e Lira. Disse ainda que "existe o risco da Medida Provisória não ser votada nesta quarta-feira". O gesto de Lula foi visto como um aceno ao presidente Lira, que tem reclamado da falta do chefe do Executivo nas negociações com o Congresso.

Mais cedo, Lula convocou os ministros da Casa Civil, Rui Costa, das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE). 

O encontro fora da agenda e de emergência tem a missão de achar uma saída para não perder a votação. Lula resiste em atender a todas as exigências de Lira para não se mostrar refém do Congresso. Mas quer apresentar uma proposta até o começo da tarde para garantir a vitória na Câmara.

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