Militares gastaram recursos da pandemia com picanha e salgadinhos, diz TCU
Auditoria do tribunal aponta uso indevido de verba para covid-19 no Ministério da Defesa e nas Forças Armadas
Lis Cappi
Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) aponta que militares gastaram recursos direcionados ao enfrentamento da pandemia de covid-19 com picanha e salgadinhos. O tema foi votado pelo tribunal na última 5ª feira (29.abr), e confirmado pelo SBT News nesta 2ª feira (3.abr).
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O desvio dos recursos foi observado após uma análise do tribunal que apurou R$ 15,6 milhões nas despesas do Ministério da Defesa e nas Forças Armadas. O valor foi encaminhado pelo Ministério da Saúde, para repor gastos de ações da pandemia nos anos 2020 e 2021. As informações foram divulgadas inicialmente pelo jornal Folha de S. Paulo.
Entre os pontos constatados pelo TCU, foram indicados que o Exército gastou R$ 256 mil com salgadinhos típicos para um coquetel, além de sorvetes e refrigerantes. Parte do valor foi proveniente do ressarcimento da covid-19. O tipo de alimento foi questionado, por, segundo relatório, terem pouco valor nutritivo: "Muito provavelmente não teriam sido utilizadas para o reforço alimentar da tropa empregada na Operação Covid-19".
A apuração do TCU também mostra compra de 12 mil quilos de carnes nobres, como picanha e filé mignon, em apenas dois locais. O valor total dos custos foi de R$ 447 mil - quase um quarto, 22%, de tudo que o Exército gasta para compras de carnes bovinas no geral.
Entre as conclusões, a auditoria afirma que há o entendimento de que princípios foram violados. "A utilização de recursos tão caros à sociedade, oriundos de endividamentos da União que agravaram ainda mais a crise econômica e social vivenciada pelo Brasil, para a aquisição de artigos de luxo, quando disponíveis alternativas mais baratas e que igualmente cumpriam a finalidade pretendida", diz trecho do documento.
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