Lula reúne-se com ministros e envia mais equipes para tratar crise Yanomami
Discussão sobre situação do povo indígena será a primeira agenda oficial do presidente desta 2ª feira
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, comandará uma reunião, nesta 2ª feira (29.jan), no Palácio do Planalto, para discutir a situação do povo Yanomami. O encontro ocorre pouco mais de uma semana após a visita do petista à terra índigena.
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A reunião contará com a presença do ministro da Defesa, José Mucio, do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, do ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, do comandante da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno, e da futura presidente da Funai, Joenia Wapichana.
Após determinação do Ministério da Justiça, a Polícia Federal começou a investigar quem são os responsáveis pela crise humanitária dos Yanomamis. Na última 4ª feira (25.jan), o Tribunal de Contas da União (TCU) anunciou que vai auditar gastos do governo de Jair Bolsonaro na área. Para a atual gestão, há indícios dos crimes de genocídio, omissão de socorro, corrupção, desvio de verba destinada à saúde indígena e peculato, além de crimes ambientais.
Também nesta semana, o Supremo Tribunal Federal detectou indícios de envio de informações falsas, no governo passado, da União à Justiça sobre ações em prol do povo Yanomami, além do descumprimento de decisões judiciais. O Ministério Público Federal, por sua vez, afirma que a gestão Bolsonaro não colocou em prática um plano para expulsar garimpeiros ilegais da região.
Direitos Humanos
O Ministério dos Direitos Humano e da Cidadania (MDHC) enviou, neste domingo (29.jan), uma comitiva de secretários à cidade de Boa Vista, Roraima, para investigar a crise humanitária. O ministério da Saúde declarou Estado de Emergência.
Em nota, o MDHC afirmou que os secretários devem se reunir com políticos locais e lideranças de movimentos sociais em comunidades indígenas. Eles retornam à Brasília na próxima 5ª feira (2.fev).
O ministro Silvio Almeida disse que a equipe vai coletar dados para a criação de políticas públicas eficazes para proteger os indígenas. "A situação do povo Yanomami só será resolvida com políticas públicas que tenham um caráter de longa duração, ou, na síntese perfeita do presidente Lula, com presença efetiva do Estado. Informações necessárias serão colhidas para uma atuação assertiva", pontuou.
O ministério também divulgou que está articulado com entidades da sociedade civil, como a Central Única das Favelas (CUFA) e a Frente Nacional Antirracista (FNA). Segundo a nota, "as instituições estão mobilizadas neste esforço conjunto para que se tenha as condições de logística e segurança propícias."
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