Indígenas venezuelanos não tem relação com população Yanomami, diz governo
Declaração acontece após internautas culparem gestão de Nicolás Maduro pela crise na comunidade
Camila Stucaluc
O Ministério da Justiça e Segurança Pública emitiu uma nota esclarecendo que as comunidades indígenas venezuelanas, recebidas pela Operação Acolhida, em Roraima, não têm relação com a população Yanomami. Segundo a presidente do Comitê Nacional para os Refugiados, Sheila de Carvalho, são duas situações humanitárias distintas.
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"São mais de centenas de quilômetros que separam essas duas realidades humanitárias. Aqui em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, há um sistema de acolhida. Os Yanomami são indígenas brasileiros vivendo em comunidades no território nacional, onde, há anos, existe negligência sistêmica por parte do Estado", disse Sheila.
A declaração acontece após o compartilhamento de notícias falsas alegando que a crise emergencial no território Yanomami não afeta indígenas brasileiros, e sim venezuelanos. A tese mentirosa é de que os casos de desnutrição e doenças são causados pela gestão do governo de Nicolás Maduro, na Venezuela. No início da semana, o Ministério da Saúde já havia desmentido os boatos.
Na fala, Sheila destacou ainda que, atualmente, existem cinco etnias principais de indígenas venezuelanos que buscam refúgio no Brasil e são recepcionadas pelas autoridades. São elas: Warao (70% do total de procura por refúgio), Pemón (24%), Eñepá (3%), Kariña (1%) e Wayúu (1%).
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"É falsa toda e qualquer informação que tenta vincular as etnias indígenas venezuelanas que estão sendo recebidas pela Operação Acolhida da situação que está acontecendo com os povos indígenas Yanomami. São povos indígenas diferentes, com nacionalidades e necessidades distintas", pontuou a presidente do Conare.