Novo comandante cita Lula e agradece compromisso para garantir orçamento
Troca de comando da Marinha ocorreu sem o almirante Garnier, indicado por Bolsonaro
SBT News
O almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen assumiu, nesta 5ª feira (5.jan), o comando da Marinha. No discurso de pouco mais de 15 minutos, Olsen fez questão de citar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o compromisso assumido por ele para garantir recursos para investimentos na Força.
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A troca de comando ocorreu sem a presença do antigo comandante, almirante Garnier Santos, que assumiu a função em 09 de abril de 2021, indicado por Bolsonaro. É de praxe que a mudança aconteça com a presença do novo comandante e de quem está deixando a função.
No entanto, o almirante Garnier Santos deixou claro que não iria participar da cerimônia como uma forma de manifestar contrariedade pela posse de Lula. É a primeira vez que isso acontece. Um assessor da Marinha leu o discurso de despedida assinado por Garnier Santos.
O almirante cogitou inclusive deixar o cargo antes do fim do mandato de Bolsonaro, gesto que foi visto até entre militares como uma forma de insubordinação em relação ao novo presidente. Mas o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, que assumiu a pasta, fez uma articulação com o antecessor general Paulo Sérgio Nogueira e garantiu que a troca não fosse feita antes do início do terceiro mandato de Lula.
O ministro disse durante discurso que a troca faz parte do processo natural de renovação nas Forças Armadas. Múcio Monteiro também citou Lula no pronunciamento e disse que o atual governo está comprometido em fazer investimentos e destacou os projetos liderados pela Marinha, como a construção do primeiro submarino com propulsão nuclear, que deverá ser concluído até 2029.
Múcio Monteiro encerrou o discurso dizendo acreditar que a troca de comando é o início de "bons tempos e mares tranquilos". Participaram da cerimônia o ex-comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, aliado de Bolsonaro, além de ex-ministros da gestão passada, como o general Fernando Azevedo e o almirante Bento Albuquerque, que foi ministro de Minas e Energia.
O general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, não participou da solenidade.