"Brasil condena ofensiva na Ucrânia e defende diplomacia", diz Mourão
Vice-presidente classificou cenário como pragmático, já que governo possui interesse com ambos os países
Camila Stucaluc
O vice-presidente do Brasil, general Hamilton Mourão (Republicanos), defendeu, na 5ª feira (22.jul), que o governo não está neutro em relação à ofensiva russa na Ucrânia e que, na verdade, condena a ação militar. Em entrevista à agência de notícias da Organização das Nações Unidas (ONU), o político também apoiou uma solução diplomática.
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"Na realidade, o Brasil não está neutro. O Brasil condena o conflito. Agora, nós temos interesses tanto com a Ucrânia quanto com a Rússia. É uma questão de pragmatismo, de flexibilidade. O Brasil não concorda com o conflito, mas é uma questão que tem que ser resolvida pela via diplomática. E o Brasil está pronto para participar na vida diplomática para acabar com essa guerra", disse.
Mourão defendeu ainda que, assim como estipula a Constituição brasileira, o governo respeita a soberania, integridade da nação e autodeterminação do povo ucraniano. Ele ressaltou, no entanto, que algumas sanções aplicadas a Moscou não estão resultando no impacto necessário e, por isso, a diplomacia deve ser prioridade.
"É mais importante do que nunca que a gente use os instrumentos da diplomacia no sentido de parar essa guerra, que está causando tanto dano à Ucrânia e também à Rússia com muita gente morrendo, e não é necessário morrer gente", afirmou o vice-presidente.
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Essa não é a primeira vez que Mourão condena a invasão russa à Ucrânia. Em fevereiro, o político afirmou que, caso o mundo ocidental "simplesmente deixe que a Ucrânia caia por terra", o próximo país a ser invadido seria a Moldávia, depois os Estados bálticos e assim sucessivamente. Ele comparou o cenário com o ano de 1938 - início da Alemanha hitlerista e um ano antes da Segunda Guerra Mundial.