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Guimarães pede demissão, mas nega acusações e se diz vítima de "perversidades"

Presidente da Caixa foi acusado por funcionárias de assédio sexual; mulher é cotada para o cargo

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Pedro Guimarães
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O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, divulgou a funcionários do banco, na tarde desta 4ª feira (29.jun), uma carta de demissão. Ele deixa o cargo após denúncias de assédio sexual por servidores da instituição. Daniella Marques, secretária e braço direito do ministro da Economia, Paulo Guedes, foi nomeada para assumir o posto.

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Na carta, Guimarães diz ter sido atingido por uma "avalanche de notícias e informações equivocadas" e nega as acusações. "As acusações noticiadas não são verdadeiras! Repito: as acusações não são verdadeiras e não refletem a minha postura profissional e nem pessoal. Tenho a plena certeza de que estas acusações não se sustentarão ao passar por uma avaliação técnica e isenta", afirma.

O executivo também argumenta que tem se dedicado "ao desenvolvimento de um trabalho de gestão que prima pela garantia da igualdade de gêneros" e que se empenhou "no combate a toda forma de assédio, repelindo toda e qualquer forma de violência, em quaisquer de suas possíveis configurações".

Ele afirma, contudo, que decidiu pedir demissão do cargo para não "prejudicar a instituição ou o governo sendo um alvo para o rancor político em um ano eleitoral". "Se foi o propósito de colaborar que me fez aceitar o honroso desafio de presidir com integridade absoluta a Caixa, é com o mesmo propósito de colaboração que tenho de me afastar neste momento para não esmorecer o acervo de realizações que não pertence a mim pessoalmente, pertence a toda a equipe que valorosamente pertence à Caixa e também ao apoio de todos as horas que sempre recebi do Senhor Presidente da República, Jair Bolsonaro."

"Junto-me à minha família para me defender das perversidades lançadas contra mim, com o coração tranquilo daqueles que não temem o que não fizeram. Por fim, registro a minha confiança de que a verdade prevalecerá", conclui.

Pedro Guimarães está sob investigação sigilosa do Ministério Público Federal (MPF). O processo foi aberto após denúncias de funcionárias do banco que trabalham ou já trabalharam sob a gestão de Guimarães. As mulheres o acusam de assédio sexual, principalmente durante viagens de trabalho, conforme reportagem publicada pelo portal Metrópoles. Há uma expectativa de que o atual presidente da Caixa deixe o cargo ainda nesta 4ª feira (29.jun). 

A mais cotada para assumir a função é a atual secretária especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Daniella Marques. Ela é considerada braço direito do ministro da Economia, Paulo Guedes, e foi assessora especial na pasta desde o início da gestão do presidente Jair Bolsonaro.  Daniella assumiu o comando da secretaria especial de Produtividade em fevereiro deste ano.

Confira a íntegra da carta:

"À população brasileira e, em especial, aos colaboradores e clientes da CAIXA:

A partir de uma avalanche de notícias e informações equivocadas, minha esposa, meus dois filhos, meu casamento de 18 anos e eu fomos atingidos por diversas acusações feitas antes que se possa contrapor um mínimo de argumentos de defesa. É uma situação cruel, injusta, desigual e que será corrigida na hora certa com a força da verdade.

Foi indicada a existência de um inquérito sigiloso instaurado no Ministério Público Federal, objetivando apurar denúncias de casos de assédio sexual, no qual eu seria supostamente investigado. Diante do conteúdo das acusações pessoais, graves e que atingem diretamente a minha imagem, além da de minha família, venho a público me manifestar.

Ao longo dos últimos anos, desde a assunção da Presidência da CAIXA, tenho me dedicado ao desenvolvimento de um trabalho de gestão que prima pela garantia da igualdade de gêneros, tendo como um de seus principais pilares o reconhecimento da relevância da liderança feminina em todos os níveis da empresa, buscando o desenvolvimento de relações respeitosas no ambiente de trabalho e por meio de meritocracia. 

Como resultados diretos, além das muitas premiações recebidas, a CAIXA foi certificada na 6ª edição do Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), além também de ter recebido o selo de Melhor Empresa para Trabalhar em 2021 - Great Place To Work®, por exigir de seus agentes e colaboradores, em todos os níveis, a observância dos pilares Credibilidade, Respeito, Imparcialidade e Orgulho.

Essas são apenas algumas das importantes conquistas realizadas nesse trabalho, sempre pautado pela visão do respeito, da igualdade, da regularidade e da meritocracia, buscando oferecer o melhor resultado para a sociedade brasileira em todas as nossas atividades.

Na atuação como Presidente da CAIXA, sempre me empenhei no combate a toda forma de assédio, repelindo toda e qualquer forma de violência, em quaisquer de suas possíveis configurações. A ascensão profissional sempre decorre, em minha forma de ver, da capacidade e do merecimento, e nunca como qualquer possibilidade de troca de favores ou de pagamento por qualquer vantagem que possa ser oferecida.

As acusações noticiadas não são verdadeiras! Repito: as acusações não são verdadeiras e não refletem a minha postura profissional e nem pessoal. Tenho a plena certeza de que estas acusações não se sustentarão ao passar por uma avaliação técnica e isenta.

Todavia, não posso prejudicar a instituição ou o governo sendo um alvo para o rancor político em um ano eleitoral. Se foi o propósito de colaborar que me fez aceitar o honroso desafio de presidir com integridade absoluta a CAIXA, é com o mesmo propósito de colaboração que tenho de me afastar neste momento para não esmorecer o acervo de realizações que não pertence a mim pessoalmente, pertence a toda a equipe que valorosamente pertence à CAIXA e também ao apoio de todos as horas que sempre recebi do Senhor Presidente da República, Jair Bolsonaro.

Junto-me à minha família para me defender das perversidades lançadas contra mim, com o coração tranquilo daqueles que não temem o que não fizeram.

Por fim, registro a minha confiança de que a verdade prevalecerá."

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