Dessa vez, polarização política preocupa Bolsonaro
Presidente demonstra irritação com discurso da esquerda, que tem avançado em países da América do Sul
Pablo Valler
O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), tem mais um motivo para se preocupar com as eleições. Mas, não seria um fator interno, como o que os brasileiros estão pensando dele, por exemplo. Sobre esse cenário, se diz confiante. Seria mesmo a polarização da política - característica que, curiosamente, ele contribuiu muito ao tornar inimigos públicos tanto Lula quanto o PT.
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Neste domingo (26.jun), enquanto acompanhava a perícia de um acidente de trânsito perto do Palácio do Jaburu, que é a casa oficial da vice-presidência, Bolsonaro falou sobre como os governos de esquerda tem discursado sobre os de direita, revelando problemas de administração e até corrupção - que para ele, claro, não teriam fundamento. "Você vê o que o outro lado pensa. [...] Para onde estão indo nesses países? [...] A gente tem que se preocupar com isso. Não é me defender, não. Falar a verdade é o suficiente. Caso contrário, todos vocês [em referência a jornalistas] vão para o Granma. Sabe o que é? O jornal cubano", disse.
Bolsonaro citou a recente reviravolta nas eleições da Colômbia, com a vitória de Gustavo Petro, e o chamou de "guerrilheiro do M19". De fato, na década de 70, quando tinha 17 anos, Petro integrou um grupo armado, desmantelado em 1990.
Bolsonaro também questionou a política de Nicolás Maduro na Venezuela e a situação econômica da Argentina, sob liderança de Alberto Fernández. "Queremos isso para o Brasil? Essa política vai dar certo por aqui", questionou ele.
A corrida eleitoral brasileira não começou oficialmente, porém, tem deixado Bolsonaro em alerta. Todas as pesquisas divulgadas até então mostram Lula em primeiro lugar. Algumas com possibilidade de eleição do petista já no primeiro turno.