"Me processam por tudo", diz Bolsonaro sobre desaparecimentos
Presidente volta a falar de caso no Amazonas e diz que jornalista inglês era "malvisto" na região

Bruna Yamaguti
O presidente Jair Bolsonaro (PL) reclamou, nesta 4ª feira (15.jun), que o "processam por tudo". Ele citou o caso dos desaparecimentos no Amazonas e disse que o jornalista inglês Dom Phillips era "malvisto" na região.
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"Estou sendo acionado na Justiça por causa do desaparecimento, os dois resolveram entrar em uma área completamente inóspita, completamente sozinhos sem segurança, e aconteceu um problema [...]", disse o chefe do Executivo em entrevista ao canal da jornalista Leda Nagle.
"Esse inglês era malvisto na região, fazia matéria contra garimpeiro, questão ambiental, então naquela região mais isolada muita gente não gostava dele, ele tinha que ter mais que redobrada atenção para consigo próprio e resolveu fazer uma excursão", acrescentou.
Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira estão desaparecidos desde o último dia 5. Na última semana, Bolsonaro disse que a dupla estava em uma "aventura não recomendada".
"É muito temerário você andar naquela região sem estar devidamente preparado, física, mente e também com armamento. E aí vem um parlamentar querendo me processar por esse desaparecimento, aproximamente 60 mil brasileiros desaparecem por ano, esse parlamentar nunca se preocupou com esses desaparecimentos", declarou, sem citar nomes.
Nesta 4ª, o presidente mencionou também suposto encontro com o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, que teve a prisão decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em outubro do ano passado. Bolsonaro foi denunciado por não informar participação do youtuber em "motociata" nos EUA.
"Tem uma gama de trabalho enorme em cima de mim, o pessoal me processa por tudo, qualquer coisa vira notícia-crime. Um parlamentar do PT entrou com notícia-crime porque vi o Allan dos Santos lá em Orlando e não o denunciei para as autoridades locais. Eu jamais vi o Allan dos Santos e se tivesse visto, eu apertaria a mão dele, não denunciaria, ele não cometeu nenhum crime", disse o mandatário.