Bolsonaro diz que tentará acordo para reajuste de servidores: "Estou no limite"
Presidente condicionou a reestruturação de algumas carreiras a um segundo mandato
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta 5ª feira (19.mai), que a equipe econômica está discutindo a possibilidade de um reajuste de 5% para servidores públicos federais. Segundo Bolsonaro, um aumento acima deste percentual, neste momento, estouraria o teto do orçamento previsto para 2022.
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"Se alguém me disser da onde eu tiro recurso, eu dou 10%, dou 15%, dou 20% de reajuste, não tem problema nenhum. Eu estou no limite", declarou o presidente durante sua transmissão semanal, nas redes sociais.
Bolsonaro comentou sobre as recentes manifestações de agentes de segurança pública por reestruturação de carreiras, e informou que representantes do Ministério da Economia devem se reunir com os sindicatos de algumas categorias, como a Polícia Rodoviária Federal e o Departamento Penitenciário Nacional, para negociar as demandas e evitar uma possívl paralisação. Contudo, ele destacou que não deve abrir exceções para determinados setores.
"Vou pedir para o nosso pessoal se encontrar com os presidentes dos sindicatos dos servidores e chegar a um acordo. É 5% para todo mundo. Não atende à Polícia Rodoviária Federal, para evitar que entrem em greve. Triste isso aí, gente que está ganhando o teto e quer mais reajuste", disse Bolsonaro, condenando categorias que, segundo ele, apesar de não estarem tão defasadas quanto outras, insistem em receber o mesmo percentual de reajuste.
O presidente enfatizou ainda que, para conceder o aumento a esses trabalhadores, precisará cortar as chamadas "verbas discricionárias", que são usadas para financiar obras e programas sociais dos ministérios. "O Tarcísio por exemplo, que saiu [do Ministério da Infraestrutura], tinha R$ 8 bilhões lá, vai ser cortado também. Vai deixar de fazer obra para atender esses 5%. Vai cortar da Saúde para poder atender o servidor de saúde com esses 5%. Vai cortar da Educação, Ciência e Tecnologia, Direitos Humanos, Desenvolvimento Regional, Relações Exteriores... vai cortar todo mundo, todos os ministérios vão perder essas verbas chamadas discricionárias, para movimentar o ministério, para investimento."
Bolsonaro ressaltou, por fim, que em um eventual segundo mandato, a partir de 2023, atenderá às demandas dos agentes de segurança. "Não aceito, tem que ser 5% para todo mundo, não quero conversa com a Polícia Rodoviária Federal, não quero conversa com o Departamento Penitenciário. Agora, ano que vem, haverá reajuste e reestruturação de carreira para todos", concluiu.
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