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Pressão de policiais por reajuste alimenta reivindicações de categorias

Juízes querem aumento de 5%, enquanto servidores do BC mantêm mobilização -- apesar de cancelamento da greve

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Jair Bolsonaro
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O aumento da pressão de policiais e forças de segurança para cumprimento do reajuste salarial, prometido pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2021, tem alimentado reivindicações de outras categorias do funcionalismo público e pode chegar ao Judiciário. A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) planeja recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para um aumento de 5%, caso o valor seja repassado a outros servidores.

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A associação trabalha com uma margem de defasagem salarial de 49%, se comparada a base salarial de juízes às perdas inflacionárias a cada ano. A reivindicação para juízes, no entanto, segue a margem de 5%, que tem sido trabalhada para outras categorias. Segundo informado em conversa com jornalistas nesta 3ª feira (19.abr), a qual o SBT News fez parte, uma das intenções é levar o pedido para o presidente do Supremo, Luiz Fux -- caso o aumento seja aplicado para outros servidores. Atualmente, juízes recebem em média mais de R$ 45 mil, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O valor leva em conta salários, indenizações e outros auxílios.

Além de juízes, servidores do Banco Central prometem continuar com a mobilização por reajuste. O Sindicato Nacional dos Funcionários do BC decidiu, na noite desta 3ª, suspender o indicativo de greve. Mas as negociações com o presidente Roberto Campos Neto continuam. De acordo com o sindicato, haverá uma reunião entre o presidente do BC e o ministro da Casa Civil ainda neste mês.

As duas mobilizações ganharam mais força com o aumento de tom de policiais federais. A categoria se colocou contra o reajuste salarial linear para todos os servidores, que trabalham com a possibilidade de paralisações e greve. De acordo com a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), que conta com 14 mil policiais filiados, a convocação de paralisação das atividades poderá ocorrer "a qualquer momento".

A expectativa dos policiais era de uma sinalização positiva do Palácio do Planalto durante a reunião sindical com o ministro da Justiça, Anderson Torres, e os deputados da base governista Sanderson (PL-RS), Aluísio Mendes (PSC-MA), Jorielson (PL-AP) e José Medeiros (PL-MT), na tarde de 2ª feira (18.abr). Mas, segundo o divulgado do encontro, o governo não cumpriu a promessa feita ainda durante as eleições de valorizar os profissionais de segurança pública: "O ministro manifestou-se no sentido de que ainda não havia uma decisão oficial e os deputados federais presentes se comprometeram a se reunirem com o presidente Jair Bolsonaro em busca de uma solução definitiva".

A proposta do governo, segundo apurou o SBT News, é jogar o reajuste salarial para o próximo ano, com a garantia de prever os recursos no orçamento. Na semana passada, o governo federal decidiu atribuir 5% de reajuste salarial a todos os servidores federais a partir de julho. A medida teria um impacto de cerca de R$ 6 bilhões no orçamento deste ano, valor acima do R$ 1,7 bilhão previsto para os supostos aumentos.

Negociações para uma alternativa que atenda policiais -- e assim mantenha o grupo na base de apoio de Bolsonaro -- sem desagradar outras categorias devem continuar ao longo dos próximos dias e se arrastar ao longo do feriado.

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