Pires desiste oficialmente da Petrobras e cria impasse no governo
Com recusa, estatal está sem nome no comando. Nas palavras de Guedes, "falta luz" para resolver troca
O governo ainda não chegou a um nome para assumir a presidência da Petrobras. A principal aposta era o economista Adriano Pires, que recusou oficialmente a indicação ao cargo na noite desta 2ª feira (4.abr), após um dia de negociações por parte da equipe do presidente Jair Bolsonaro para que ele aceitasse o posto.
Uma carta que oficializa a recusa à indicação foi enviada por Pires ao ministro Bento Albuquerque, de Minas e Energia. O economista agradeceu o convite, mas afirmou que não seria possível conciliar o comando da estatal ao atual trabalho como consultor.
Pires disse que não há tempo para que ele saia da consultoria fundada por ele, o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). No comunicado, Pires também disse que se atuou para o desenvolvimento do mercado de óleo e gás no Brasil, e defendeu a importância de regras de mercado e do aumento da competição. Leia a íntegra no fim do texto.
O economista é o segundo a recusar ir para a Petrobras em dois dias. No domingo (3.abr), o indicado pelo governo para o Conselho de Administração da Petrobras, Rodolfo Landim, também declinou o cargo. Engenheiro da área de petróleo, o empresário disse que não conseguiria conciliar a função com o comando do Flamengo. "Resolvi abrir mão desta indicação, concentrando todo meu tempo e dedicação para o ainda maior fortalecimento do nosso Flamengo", escreveu, também em carta ao ministro Bento Albuquerque.
A indecisão sobre um novo nome para conduzir a estatal após demissão do general Joaquim Silva e Luna, definida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) na última semana após aumento dos combustíveis, é o novo problema do governo. Os ministros ainda não têm um plano b para quem seguirá no cargo.
Paulo Guedes, que comanda a Economia, disse estar "sem luz" sobre o futuro da Petrobras. A resposta veio a jornalistas no Rio de Janeiro, após um pedido para que desse "uma luz" sobre a estatal. Enquanto o governo não chega a um novo nome, Silva e Luna continua no posto.
Confira íntegra da carta enviada por Pires ao Ministério de Minas e Energia: