"O que usa o segurança do papa?", diz Bolsonaro ao defender uso de armas
Presidente direcionou pergunta a arcebispo, segundo o qual "pátria amada não pode ser armada"
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a falar nesta 5ª feira (14.out), em transmissão ao vivo pela internet, sobre a declaração do arcebispo de Aparecida (SP), Dom Orlando Brandes, referente ao uso de armas. O chefe do Executivo disse que respeita o posicionamento do arcebispo, mas que gostaria de ouvir dele se os seguranças do papa Francisco trabalham armados ou não.
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"É um direito dele falar, é um direito dele ser desarmamentista. Eu só queria que ele respondesse: o que usam os seguranças do papa? Só isso, mais nada. Usam flores, usam o que? Ou usam armamento pesado? Usam armamento pesado. Agora, é um direito dele ser desarmamentista. Como eu já conheci militar das Forças Armadas desarmamentista. Aí eu te pergunto 'o que você está fazendo nas Forças Armadas?'. Agora, não houve por parte do Dom Orlando Brandes, nenhuma palavra dele, praticamente uma hora que eu fiquei na missa, contra a minha pessoa. Fez a pregação dele, fui lá, li uma passagem do Livro de Ester, algo normal", afirmou o presidente, que foi ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida na 3ª feira (12.out).
Posteriormente, ainda defendendo o armamento, o presidente sugeriu que elas só matam, quando usadas por cidadãos comuns, se estiverem "na mão de uma pessoa errada". Bolsonaro aproveitou a live também para fazer críticas à imprensa. Segundo ele, é "mentira" que tenha sido barrado no estádio Urbano Caldeira por não ter recebido a vacina contra a covid-19; na 3ª feira, pontuou: "Eu queria ver o jogo do Santos agora e me falaram que tem que estar vacinado. Por que isso?". Já nesta 5ª, afirmou que apenas queria ir ao jogo e não foi por saber da obrigatoriedade do comprovante de vacinação.
Ação no TSE
Outro assunto abordado pelo presidente na transmissão foram as ações, em andamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que pedem a cassação da chapa Bolsonaro-Mourão por suposto abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação. De acordo com o chefe do Executivo, o responsável por elas "não tem o que fazer". Em suas palavras, "ninguém pega nada e fala 'essas aqui foram fake news do Bolsonaro por ocasião das eleições'. Não apresentam nada e ficam nesse lenga-lenga o tempo todo acusando a gente de alguma coisa".
Distribuição de absorventes
Falando a respeito do veto sobre a distribuição gratuita de absorventes para meninas e mulheres em situação de vulnerabilidade ou privadas de liberdade, Bolsonaro afirmou que "não existe distribuição gratuita de nada. A não ser que tenha alguém aí que queira distribuir a coisa gratuitamente pelo Brasil todo".
Segundo o presidente, quando recebe um projeto do Congresso, precisa "seguir as diretrizes dos respectivos ministérios naquela situação em si. Então a Saúde dá o parecer, a Economia dá o parecer. E qualquer projeto que crie despesa, como esse cria despesa, a distribuição de absorvente, se não apresentar da onde vem o dinheiro, o projeto é inconstitucional. E se eu sancionar, porque eu achei bacana, eu vou ferir o artigo 85 da Constituição. Crime de responsabilidade".
Ele acrescentou que, no passado, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e a ex-presidente Dilma Rousseff "vetaram um projeto semelhante. A esquerdalha bate em mim, os militantes batem, mas eles vetaram. Agora vou dar a solução do caso. Eles não deram solução lá atrás, eu vou dar: é só o parlamento derrubar o veto, que daí eu sou obrigado a promulgar depois, e daí a gente vai arranjar recurso. No próprio Ministério da Saúde ou na educação, ou nos dois, ou tirar um pouquinho de cada lugar".
Multa no litoral de São Paulo
Em determinado momento da live, Bolsonaro falou sobre uma multa que recebeu em Peruíbe, no litoral de São Paulo, por não utilizar máscara em local público. "Se bobear, só fui eu multado na cidade [naquele dia e últimos dias]. É perseguição ou não é?", disse o presidente.