Mourão afirma que nomeação de Pazuello não impede punição
Ex-ministro da Saúde foi nomeado secretário de Estudos Estratégicos do governo
O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta 4ª feira (2.jun) que a nomeação do general Eduardo Pazuello para um cargo vinculado à presidência da República não suspende o andamento do procedimento disciplinar que tramita no Exército sobre a participação do ex-ministro da Saúde em um ato no Rio de Janeiro com o presidente Jair Bolsonaro.
"Ele tá num cargo civil, mas não deixou de ser militar. E o militar não deixa de ser militar nem na ativa e nem na reserva. O regulamento disciplinar vale até o cara ir pro caixão" ressaltou Mourão.
Oficiais-generais encararam a nomeação de Pazuello em meio ao andamento do processo disciplinar como uma forma do presidente Jair Bolsonaro pressionar o comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, a não punir o ex-ministro da Saúde. O regulamento proíbe militares de participarem de manifestações políticas. O vice-presidente disse que o general Paulo Sérgio segue fazendo a avaliação dele sobre a conduta de Pazuello independentemente ao que acontece no Palácio do Planalto.
Apesar do feriado de Corpus Christi, militares indicam que até 6ª feira (4.jun) o comandante do Exército deve tomar a decisão sobre qual punição Pazuello deverá receber. O general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira deve decidir entre uma advertência ou repreensão. Na defesa apresentada por Pazuello, o militar alegou que o ato não foi uma manifestação política e que o presidente Bolsonaro atualmente não tem nem filiação partidária.