Recusa de vacinas não foi "erro do governo", diz Mourão
Vice-presidente admite que país poderia ter mais vacinados com Pfizer, mas lei impediu negociações
O vice-presidente Hamilton Mourão admitiu que o Brasil teria mais pessoas imunizadas contra a Covid, atualmente, se o Brasil não tivesse recusado pelo menos 10 propostas da farmacêutica Pfizer apenas entre os meses de agosto e setembro de 2020. O Ministério da Saúde só firmou acordo com o laboratório em março de 2021.
"A gente teria recebido 5, 6 milhões [de doses] antecipadamente e qualquer número a mais de vacinados é muito bom", disse Mourão, que no entanto, não admitiu que a recusa das ofertas tenha sido um erro do Governo. Segundo ele, a legislação brasileira, que impedia o Brasil de se responsabilizar por eventuais efeitos colaterais do imunizante, impediu o andamento das negociações naquele período.
Durante depoimento que apura a conduta do Governo Federal na CPI, o ex-ministro da saúde Eduardo Pazuello, que chefiava a pasta no período das ofertas da Pfizer, chamou a insistência do laboratório de agressiva. No entanto, o presidente da Comissão, o senador Omar Aziz (PSD-AM), disse que na verdade não se tratava de uma estratégia de venda, já que a oferta por imunizantes era menor do que a demanda mundial.