Assessores do Planalto defendem cautela sobre caso Salles
Na ala militar, no entanto, há pressão por demissão após ação da PF
Nathália Fruet
O discurso no Palácio do Planalto durante a manhã desta 4ª feira (19.mai) após a operação da PF que atingiu o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, é por esperar o resultado da investigação.
Assessores afirmam que um inquérito é um procedimento para esclarecer a verdade sobre denúncias e que antes de fazer qualquer julgamento é preciso esperar o resultado do que a Polícia Federal está investigando.
A ala militar não só do Planalto mas também no Ministério da Defesa pressiona para o presidente Jair Bolsonaro aproveitar o desgaste da operação e demitir Ricardo Salles.
O embate entre o ministro do Meio Ambiente e os militares não é de hoje e aumentou desde o ano passado quando os militares participaram de operações de combate ao desmatamento na Amazônia.
Aumentou a pressão também sob o Planalto entre os parlamentares que reclamam que a permanência de Salles atrapalha a relação do Brasil com outros países.
Por enquanto, oficialmente, no Palácio do Planalto, a ordem é usar a operação da PF contra Salles para reforçar o discurso de que o presidente Bolsonaro não interfere na ação dos agentes federais e que a Polícia Federal é autônoma.