Governadores mandam carta a Bolsonaro cobrando vacinas
Documento tem a assinatura de 14 mandatários estaduais
Seringa, agulha. Foto: Pixabay
Nathália Fruet
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Um grupo de 14 governadores enviou uma carta ao presidente Jair Bolsonaro nesta 5ª feira (4.mar), cobrando a adoção de medidas que viabilizem de forma imediata a compra de mais vacinas contra a covid-19. No documento, eles defendem que a vacinação em massa e sem interrupções é o que pode ajudar no controle do aumento exponencial dos casos e mortes por coronavírus no país.
Na carta, os governadores também dizem que os Estados estão no limite das suas possibilidades e que, mesmo com as milhares de novas vagas que foram instaladas em UTIs nos últimos meses, a estrutura está próxima do esgotamento.
Para os governadores, a volta das atividades à normalidade depende da vacinação. Eles cobram que o Ministério da Saúde agilize as compras. "Se não tivermos pressa, o futuro não nos julgará com benevolência", diz um trecho da carta.
Eles também sugerem que o presidente Bolsonaro peça apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS) e citam que a nova variante P1 do coronavírus tem se revelado ainda mais perigosa. Criticam o percentual de vacinas aplicadas no Brasil, sustentando que o índice é muito baixo.
A cobrança ao presidente veio no mesmo dia em que Bolsonaro elogiou o programa de vacinação, afirmando que "o Brasil está entre os dez países, em valores absolutos, que mais vacinaram no mundo". A afirmação de Bolsonaro foi feita numa cerimônia em São Simão, em Góias, para inauguração de um trecho da Ferrovia Norte-Sul.
"Tem idiota, que a gente vê nas redes sociais, na imprensa, né: 'vai comprar vacina'. Só se for na casa da tua mãe. Não tem para vender no mundo", disse Bolsonaro no mesmo dia. O presidente também disse que o aumento nas restrições de atividades em várias cidades e estados é "mimimi" e "frescura".