"Eterno Campeão": morte de Zagallo repercute no esporte e na política

"Um patrimônio da Seleção Brasileira" e "Eterno Campeão" foram algumas das declarações utilizadas para lamentar a morte de Mário Jorge Lobo Zagallo, o único tetracampeão mundial de futebol. Ele estava com 92 anos e morreu no Rio de Janeiro, na sexta-feira (5.jan).

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Até este sábado (6.jan), diferentes autoridades políticas, como o ministro do Esporte, atletas e times de futebol divulgaram homenagens ao ex-técnico da Seleção Brasileira que também ergueu uma taça de Copa do Mundo como jogador, em 1958 -- ele era o último titular vivo do time campeão, que venceu a Suécia por 5x2.

Entre as ações divulgadas após a morte, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decretou luto de sete dias em homenagem a Zagallo. A posição veio por nota, assinada pelo presidente Ednaldo Rodrigues, que também lamentou a perda.

"A CBF e o futebol brasileiro lamentam a morte de uma das suas maiores lendas, Mário Jorge Lobo Zagallo. A CBF presta solidariedade aos seus familiares e fãs neste momento de pesar pela partida deste ídolo do nosso futebol", diz trecho do comunicado. "A CBF decreta luto de sete dias em homenagem à memória do seu eterno campeão e se compromete em reverenciar o seu legado", completa.

Em rede social, o ministro do Esporte, André Fufuca, também afirmou que Zagallo é uma lenda do futebol brasileiro. "Agradecemos por sua contribuição em mudar a história do nosso país e por ajudar a transformar o Brasil no país do futebol", declara. O político também lembrou as vitórias de Zagallo em Copas do Mundo como jogador, em 1958 e 1962; como treinador, em 1970; e auxiliar-técnico, em 1994.

Lula e Bolsonaro

Depois do ministro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) compartilhou uma mensagem em solidariedade aos familiares de Zagallo. Lula também destacou a carreira do futebolista, lembrando ser o maior vencedor individual de uma Copa do Mundo: "Foi um dos maiores jogadores e técnicos de futebol de todos os tempos, um grande vencedor e símbolo de amor pela seleção brasileira e pelo Brasil".

"Corajoso, dedicado, apaixonado e supersticioso, Zagallo era exemplo de brasileiro que não desistia nunca. É essa lição e espírito de carinho, amor, dedicação e superação que ele deixa para todo o nosso país e para o futebol mundial", emendou Lula.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também lamentou a morte. Com um vídeo de encontro, o político lembrou da frase ícone do tetracampeão: "Vocês vão ter que me engolir", e fez um voto em tom religioso. "Que Deus, em sua infinita bondade, o acolha em seus braços e conforte seus familiares, amigos e admiradores", declarou.

Representantes do Congresso

Os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também divulgaram comunicados em lembrança ao ícone do futebol brasileiro.

"Dono de um feito raro por ter conquistado 4 Copas do Mundo como jogador e treinador, Zagallo deixa um legado para as gerações, que podem se inspirar no seu espírito desportivo e na sua paixão pelo Brasil. Presto meus sentimentos aos familiares, amigos e aos inúmeros admiradores", declarou Pacheco.

Lira, por sua vez, lembrou que Zagallo era alagoano, e disse que o estado se orgulha da origem do ex-Seleção: "Zagallo foi ímpar no seu patriotismo, na demonstração de amor pelo Brasil e pela “amarelinha”, como carinhosamente chamava a camisa da seleção brasileira. Alagoas se orgulha de ter dado ao país um ser humano diferenciado. Seu legado ficará para sempre. Só podemos dizer obrigado por tudo. Descanse em paz nosso velho lobo Zagallo".

Esporte

O Botafogo, time que foi a última casa de Zagallo, classificou o esportista como um dos maiores ídolos: "Campeão como jogador e treinador, com um currículo vitorioso e notável no esporte. Uma verdadeira lenda".

O Flamengo, que também teve o esportista como jogador e técnico, fez uma brincadeira com o número 13 ao lamentar a morte do ex-Seleção: "'Zagalo eterno' tem 13 letras", inicia trecho de nota. "O esporte brasileiro tem no tetracampeão mundial Zagallo um pioneiro e um recordista. O Flamengo tem em Zagallo um ídolo histórico. Obrigado por tanto, Velho Lobo!", indica em outro momento.

A Portuguesa de Desportos, único clube de São Paulo que Zagallo dirigiu, também lamentou a morte do seu ex-treinador. "Um dos maiores personagens da história do nosso esporte que em 1999 assumiu a função de treinador da Portuguesa entre janeiro e outubro. Pela Lusa, foram 45 jogos, com 21 vitórias, 09 empates e muita história. Ao longo de sua extensa carreira, nosso Clube foi sua única experiência no futebol paulista, fato citado sempre por Zagallo, por toda a vida."

O ex-jogador Zé Roberto, que foi da Seleção sob comando de Zagallo em 1998, quando o Brasil levou medalha de prata, disse que Lobo foi mais do que um treinador. "Um mentor, e acima de tudo, um verdadeiro líder. Seu impacto na minha carreira vai além das conquistas esportivas, pois me ensinou valores como resiliência, integridade e a importância do trabalho em equipe o Sr foi o 1 primeiro treinador que através da sua convocação realizei o sonho de vestir a camisa da seleção brasileira", pontua.

O ex-goleiro Taffarel, campeão do mundo em 1994 e vice em 1998, lembrou as Copas em que trabalhou sob orientação de Zagallo. "Que dia triste para o futebol. Perdemos a nossa maior referência nesse esporte que amamos tanto. Orgulho imenso de ter tido o previlégio de trabalhar com o Prof. Zagallo. Entre os tantos aprendizados e ensinamentos, a maior lição: acreditar que SEMPRE é possível. Descansa em paz professor, a missão foi cumprida."