Goiânia tem candidato a prefeito de capital mais rico do país; veja ranking de patrimônios
Quatro candidatos a prefeito de São Paulo, incluindo o ex-coach Pablo Marçal (PRTB), também aparecem no Top 10
Terminou na quinta-feira (15) o prazo para os partidos, federações e coligações pedirem à Justiça Eleitoral o registro de candidaturas ao cargo de prefeito nas eleições de 2024. Nas capitais, são 190 pessoas concorrendo, dos mais diversos perfis. Dentre elas, o candidato do União Brasil à prefeitura de Goiânia, o administrador Sandro Antonio Scodro, conhecido como Sandro Mabel, é o mais rico — com patrimônio declarado de cerca de R$ 313,4 milhões.
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A extensa lista de bens do ex-deputado federal por Goiás e ex-sócio-proprietário da empresa de biscoitos Mabel, da capital goiana, inclui um apartamento de R$ 1,4 milhão, uma casa de R$ 11,8 milhões, uma aeronave de R$ 3,1 milhões e uma obra de arte de R$ 160 mil. Em comparação com a última eleição em que concorreu, seu patrimônio cresceu 341,5%: em 2010, quando foi eleito deputado federal por Goiás, declarou R$ 71 milhões em bens.
Desde sua última candidatura, o ex-deputado se desfez de sua sociedade da Mabel (vendida em 2011 por R$ 800 milhões), foi assessor especial da presidência da República na gestão Michel Temer e presidiu a Federação das Indústrias de Goiás.
No ranking dos candidatos a prefeitura de capital mais ricos, após Mabel, aparecem o ex-coach e empresário Pablo Marçal (PRTB), que concorre a prefeito de São Paulo; e o senador Eduardo Girão (Novo-CE), na disputa para prefeito de Fortaleza. Seus patrimônios são de R$ 169,5 milhões e R$ 48,2 milhões, respectivamente.
O de Marçal cresceu 91,6% em relação aos R$ 88,4 milhões declarados em 2022, quando se candidatou a deputado federal por São Paulo. Neste ano, ele declarou, por exemplo, um terreno de R$ 4,9 milhões e R$ 19,2 milhões em Letra Imobiliária Garantida no Banco Itaú. Já o patrimônio de Girão cresceu 32,4% em relação aos R$ 36,4 milhões declarados em 2018, quando concorreu a senador. Entre os bens, agora, estão um depósito em conta corrente no exterior de R$ 8,8 milhões, R$ 13,5 milhões em Fundos de Investimento Multimercado e um carro Mercedes Benz c200 no valor de R$ 145 mil.
São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte são os municípios brasileiros com mais eleitores
As capitais têm cerca de 9,3 milhões, 5 milhões e 1,9 milhão, respectivamente. Em São Paulo, dez nomes concorrem ao cargo de prefeito. Dente eles, o jornalista José Luiz Datena (PSDB), a economista Marina Helena (Novo) e o ex-deputado federal Bebeto Haddad (DC) são outros três que aparecem entre os candidatos a prefeito de capital mais ricos do país.
Datena tem um patrimônio declarado de R$ 38,3 milhões, que inclui uma casa na zona oeste de São Paulo no valor de R$ 550 mil, um terreno em Jundiaí (SP) no valor de R$ 12,2 mil e um apartamento em Florianópolis de R$ 3,3 milhão. Marina Helena, por sua vez, tem um patrimônio de R$ 9,7 milhões, que inclui uma casa R$ 7,6 milhões.
O total em bens de Bebeto é de R$ 6,9 milhões; ele possui, por exemplo, um terreno em Campinas (SP) de R$ 3,5 milhões e um carro Volkswagen Passat de R$ 80 mil. Seu patrimônio cresceu mais de 1.700% desde 2010, quando foi candidato a deputado estadual e se tornou suplente; na época, o total em bens era de R$ 367,8 mil.
No Rio de Janeiro, o deputado federal pelo estado Marcelo Queiroz (PP) é o mais rico (R$ 7,6 milhões). Ele também aparece no Top 10 candidatos a prefeitura de capital mais ricos. O patrimônio declarado inclui um apartamento de R$ 1,2 milhão e um carro de R$ 126 mil. O total representa uma alta de 665% em relação aos R$ 997,4 mil declarados em 2022, quando concorreu a deputado federal e foi eleito.
Depois de Queiroz, vêm a mestre em políticas públicas Carol Sponza (R$ 489,4 mil) e o deputado estadual Rodrigo Amorim (R$ 227 mil). Carol (Novo) declarou ser co-proprietária de um apartamento de R$ 484,4 mil. Em 2022, quando concorreu ao cargo de deputada federal pelo RJ e não foi eleita, declarou patrimônio de R$ 475 mil. Já Amorim (União) disse ter um imóvel de R$ 185 mil e R$ 92 mil em espécie. Quando concorreu a deputado estadual em 2022 e foi eleito, o total em bens era de R$ 257,7 mil.
Candidato à reeleição em Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD) está entre os mais ricos do país também, com um patrimônio de R$ 15,9 milhões, que inclui R$ 1,4 milhões em fundo de curto prazo e um carro Cruze Mid no valor de R$ 117,3 mil. Na capital mineira, depois dele, aparecem no ranking o senador Carlos Viana (R$ 3,6 milhões) e o presidente da Câmara Municipal, Gabriel Azevedo (R$ 1,2 milhão).
Viana (PODE) declarou, por exemplo, um apartamento de R$ 2 milhões. Em 2022, quando concorreu a governador de MG e não foi eleito, seu patrimônio era o mesmo. No caso de Gabriel Azevedo, o patrimônio atual inclui um apartamento de R$ 733,8 mil no Centro de Belo Horizonte, um investimento de R$ 80,8 mil junto à Genial Investimentos e duas bicicletas (uma Pashley de R$ 3 mil e uma Velorbis Churchill Balloon de R$ 4,5 mil). O total em bens dele cresceu 186,7% desde 2020, quando concorreu a vereador e foi eleito; na época, declarou R$ 433,8 mil.
Resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de 2019 diz que o Requerimento de Registro de Candidatura deve ser apresentado ao Sistema de Candidaturas com a relação atual de bens do candidato anexada. A relação deve indicar tanto os bens como os valores deles declarados à Receita Federal. A exigência busca tornar o processo eleitoral transparente e combater o enriquecimento ilícito. A inclusão de endereços de imóveis, placas de veículos ou qualquer outro dado pormenorizado é dispensada.
O TSE ressalta que "há candidatos que não têm bens a declarar". "Outros podem não ter mandado ainda no pedido principal, mas podem mandar posteriormente. É mais raro, mas acontece, inclusive podem acrescentar aos já declarados".
É possível consultar os bens declarados pelos candidatos de cada município por meio da plataforma de Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais (DivulgaCandContas). A Justiça Eleitoral tem até 16 de setembro para julgar os pedidos de registro de candidatura.