Haddad promete radiografia do Ministério da Educação na transição
Ex-prefeito, porém, não tem interesse em comandar a pasta
Roseann Kennedy
Embora não tenha manifestado interesse em comandar o Ministério da Educação novamente, no novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-prefeito e ex-ministro Fernando Haddad (PT), recebeu um grupo de mais de 50 pessoas, nesta 3ª feira (8.nov), para discutir as prioridades do setor e afirmou que vai apresentar um raio-X do setor.
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"Há muita preocupação com a desorganização do Ministério da Educação nos últimos quatro anos, que é bastante expressiva. Como todos aqui ou já trabalharam no MEC ou junto ao MEC durante muitos anos, essa radiografia será rapidamente feita, e os prazos serão cumpridos. Vamos entregar para a pessoa designada pelo presidente Lula para chefiar o Ministério da Educação uma radiografia detalhada", anunciou.
A reunião, em São Paulo, marcou a instalação do grupo de trabalho da transição, que será comandado pelo ex-ministro Henrique Paim, que também foi secretário executivo do MEC. Paim continua atuando na área de educação, na Fundação Getúlio Vargas.
Segundo Haddad, os participantes indicaram uma lista extensa de preocupações, sobretudo acerca de alfabetização de crianças, ensino médio e profissionalizante, a questão orçamentária e a estrutura interna do MEC. O ministério foi o que mais teve mudanças de comando na gestão Bolsonaro (cinco indicações de ministros) e a pasta ainda enfrenta denúncias de um suposto esquema de corrupção que envolver pastores e cobrança de propina para liberação de verbas.
As pessoas que participaram do encontro nesta 3ª foram convidadas individualmente e não como representantes das entidades ligadas à educação. O encontro setorial será na semana que vem, em Brasília. "É um grupo robusto do ponto de vista da gestão pública e do ponto de vista teórico e terá condições de apresentar um diagnóstico rapidamente", avaliou o ex-ministro.
Ainda de acordo com Fernando Haddad, o grupo se ofereceu para ajudar, voluntariamente, durante a transição. Até porque, a expectativa é de que, dos 50 cargos comissionados autorizados para contratação na transição, somente dois ou três devem ser para representantes da educação.