Bolsonaro mira abstenção de eleitor mais velho; Lula aposta em religião
Enquanto presidente faz encontro com sertanejos, que pedem para eleitor ir às urnas, petista reúne-se com católicos
Os candidatos que disputam o segundo turno da eleição presidencial demonstraram nas agendas desta 2ª feira (17.out) quais fatias do eleitorado estão mirando. Enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) reuniu-se com sertanejos que fizeram apelo para que os eleitores mais velhos fossem votar -- evitando a abstenção nessa faixa --, o ex-presidente Luiz Inácio da Silva (PT) teve encontro com lideranças católicas.
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Artistas sertanejos estiveram no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República e declararam voto em Bolsonaro. Participaram do encontro grandes nomes do gênero, como Leonardo, Chitãozinho, da dupla Chitãozinho e Xororó, Gusttavo Lima, Zezé di Camargo, Sula Miranda e outros cantores. Eles elogiaram o trabalho do presidente nos últimos quatro anos e enfatizaram a importância do eleitor não se abster na hora de votar.
O cantor Gusttavo Lima disse que vai votar em Bolsonaro "pela segurança pública, pela liberdade e pelos valores tradicionais da família brasileira". E deu destaque à pauta de costumes. Segundo ele, o Brasil "nunca teve um presidente que fosse tão a cara do nosso interior, dos nossos costumes, do trabalho no agro".
Leonardo falou para as pessoas que não votaram: "Sai de casa, leva seu vizinho, sua mãe, sua avó, seu amigo, leva todo mundo que não votou no primeiro turno". Além disso, elogiou o governo de Bolsonaro, enfatizando as ações como as de infraestrutura e o Prouni.
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Já Lula participou de um encontro com padres, freiras e religiosos. O petista estava acompanhado do candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB), de Fernando Haddad, candidado do PT ao governo de São Paulo, da esposa, Rosangela Silva, a Janja, e de outros aliados. O evento foi na Casa de Portugal, no bairro da Liberdade, região central de São Paulo. Segundo a coordenação de campanha de Lula, o encontro reuniu cerca de 200 religiosos.
Ao lado da imagem de Nossa Senhora Aparecida, religiosos fizeram oração e cantaram hinos católicos. Na abertura, o padre Paulo Adolfo Simões, secretário-executivo do Centro Nacional Fé e Política (Cefep), afirmou que a eleição de Lula, será a "vitória da democracia e dos pobres" do Brasil. "Estamos na luta pela sua vitória no dia 30 de outubro porque entendemos que esta será a vitória do povo brasileiro, da democracia, dos pobres deste país", disse o padre.
Em resposta, o candidato se comprometeu com as pautas, repetiu as promessas de seu plano de governo e afirmou que se ganhar as eleições no próximo dia 30 de outubro terá que conter a ideologia pregada pelo movimento pró-Bolsonaro: "A única solução pra nós é envolver a sociedade na governança desse país, para gente tentar ver se a gente consegue organizar as instituições. Nós vamos ter um problema, porque nós vamos ganhar as eleições e nós vamos derrotar o Bolsonaro, mas o bolsonarismo está criado. Mas depois nós temos que conscientizar a sociedade para que ela não crie no bolsonarismo uma política definitiva no Brasil, que é o que a exterma direita está tentando fazer aqui e em outros países".
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