Em Salvador, Lula pede votos a Jerônimo Rodrigues e ataca Bolsonaro
Petista disse que presidente "arrumou briga" em Aparecida (SP) nesta 4ª feira
Fazendo comício, nesta noite, no Farol da Barra, em Salvador, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu votos ao candidato do Partido do Trabalhadores ao governo do estado, Jerônimo Rodrigues, que disputa o segundo turno com o ex-prefeito da capital, ACM Neto (União), e atacou o presidente Jair Bolsonaro (PL). A Bahia é o quarto maior colégio eleitoral do Brasil e o maior do Nordeste.
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No início do discurso aos apoiadores, Lula disse precisar que Jerônimo seja eleito governador. "Eu quero repetir a parceria que eu fiz com o companheiro Jaques Wagner [governador baiano de 2007 a 2015], eu quero repetir a parceria que eu fiz e que o PT fez no primeiro mandato com o Rui [Costa, governador da Bahia desde 2015]. A parceria entre o Governo Federal, o governo estadual e as prefeituras é necessária para que o povo seja beneficiado pelo administrador público. É preciso cuidar do estado", pontuou o petista.
Na sequência, atacou Bolsonaro: "Esse genocida que governa o Brasil, ao invés de conversar com governador, resolveu brigar com os 27 governadores de estado. Esse cidadão nunca recebeu um prefeito. Esse cidadão vive fazendo desaforo sem nenhum respeito à sociedade brasileira. Esse cidadão, inclusive, usa o nome de Deus em vão e esta semana ele foi escorraçado lá no Círio do Nazaré. Tentou fazer política na procissão onde ele não foi convidado e hoje ele arrumou briga na Aparecida do Norte (sic), onde ele também foi sem ser convidado, tentando tirar proveito de religião".
O atual chefe do Executivo federal, que disputa o segundo turno com Lula, participou do Círio de Nazaré, em Belém, no último sábado (8.out). Em nota divulgada um dia antes, o arcebispo Dom Alberto Taveira Corrêa apontou a liberdade em participação do Círio de Nazaré, mas estabeleceu que não era desejo da igreja utilizar o ato como fim político ou partidário.
Já nesta 4ª feira, Bolsonaro acompanhou uma missa em celebração ao Dia de Nossa Senhora Aparecida, no Santuário Nacional de Aparecida (SP). O arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, também emitiu nota sobre a presença do presidente. No documento, o responsável pela Basílica diz que o presidente foi recebido como chefe de Estado, mas nega envolvimento da igreja com uma atividade anunciada pela equipe de Bolsonaro. "Como nos anos anteriores, o Santuário Nacional organizará a acolhida ao presidente nas melhores práticas que um chefe de Estado requer, mas também buscando garantir que a rotina dos peregrinos não seja impactada pelas condições que a visita exige", diz trecho do comunicado.
Dom Orlando acrescenta que, após ser informado oficialmente a respeito da visita de Bolsonaro, "chegou ao conhecimento do Santuário Nacional que também consta na agenda do presidente a participação em um Terço que será rezado na cidade de Aparecida". "Assim, é importante reforçar que essa atividade não é organizada pelo Santuário Nacional, tampouco tem anuência do Arcebispo de Aparecida".
Respeito às religiões
No discurso em Salvador, Lula afirmou ainda que não tira "proveito de religião". "Eu respeito todas. O budismo, o judaísmo, o islamismo, o católico, o evangélico, a religião de matriz africana e todas as religiões. Cada um professa a religião que quer, e Deus está olhando para todos em igualdade de condições", complementou. O ex-presidente seguirá cumprindo agendas de campanha no Nordeste, nos próximos dias. Na 5ª feira (13.out), caminhará em Aracaju, pela manhã, e em Maceió, pela tarde. Já na 6ª feira (14.out), ele caminhará no Recife, pela manhã.