Em BH, Lula promete obras, avanço econômico e rechaça migração de votos de Zema
Petista disse que não se pode pensar que "povo é gado" em mudar voto dado a ele por apoio do governador
O candidato do Partido dos Trabalhadores em segundo turno, Luiz Inácio Lula da Silva, fez neste domingo (9.out) uma série de promessas econômicas e de realização de obras, principalmente voltadas para a habitação, em Minas Gerais. Ao cumprir agenda em Belo Horizonte, o petista também disse não acreditar que votos mineiros dados a ele sejam transferidos ao opositor Jair Bolsonaro (PL) apenas pelo apoio anunciado pelo governador do estado, Romeu Zema (Novo), ao atual presidente que tenta a reeleição. Em primeiro turno, Lula venceu Bolsonaro no estado por 563 mil votos.
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Segundo o petista, não se pode pensar "que o povo é gado", que pode ser direcionado de um lado para o outro e mudará de voto imediatamente. "O governador Zema tem liberdade de apoiar quem quiser. Não me oporei e nem pensei que fosse diferente", disse. "Precisa levar em conta e não pensar que o povo é gado, que pode ser tangido para lá e para cá. O povo tem consciência do que está acontecendo no Brasil. É tomar cuidado para não tratar o povo como rebanho e tratar como cidadão de inteligência", completou.
Lula fez o discurso ao lado do atual prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), que o apoia à eleição. Também estava ao lado do petista o antigo prefeito Alexandre Kalil (PSD), que deixou o cargo para tentar o governo do estado, e ficou em segundo lugar no último domingo, além de apoiadores como o deputado federal reeleito André Janones (Avante-MG).
Ao longo das falas, o candidato relembrou feitos dos governos do PT ao estado de Minas Gerais, citando rodovias e o antigo programa habitacional Minha Casa Minha Vida. "No período que fui presidente e no período em que a Dilma, mineira, foi presidente, sempre teve atenção especial nas parcerias construídas com Belo Horizonte. Foi feito investimento de R$ 14 bilhões no período do governo do PT", relembrou.
Crítica a Bolsonaro
O petista voltou a criticar Jair Bolsonaro, afirmando se tratar de seu "adversário mais teimoso e mais tinhoso". Lula também disse que o opositor utiliza de mentiras e fake news contra a candidatura do PT, e acusou falta de obras pelo atual governo em Minas Gerais. "Qual a obra que o governo Bolsonaro fez em BH?", indagou.
Lula também defendeu a posição da campanha em ter utilizado trecho de um antigo vídeo de uma entrevista concedida por Bolsonaro à imprensa estrangeira que coloca o mandatário como curioso ao canibalismo. O Tribunal Superior Eleitoral ordenou que a propaganda não seja mais veiculada. "Não é fake news. Não é mentira, não é uma invenção", argumentou. O candidato ainda afirmou que atualmente não existem políticas para indígenas e em prol da Amazônia.
"A política que tem pros indígenas é zero, a política que tem pra Amazônia é zero. A política que tem para a questão climática é zero. E ele faz questão de dizer. Eu penso 100% diferente dele", declarou.
Economia
Em meio as indefinições, Lula divulgou propostas econômicas, sempre com destaque a intenção em fazer obras em estados. O petista disse querer que o BNDES conceda mais créditos, agora para micro e pequenos empresários. O mesmo foi citado para o Banco do Brasil e para a Caixa Econômica Federal.
"Vamos retomar financiamento em saneamento básico no país, urbanização de favela para cuidar com dignidade desse povo. O Banco do Brasil vai financiar agricultura e micro e pequenos empreendedores, porque têm milhões de pessoas querendo oportunidade para começar a trabalhar por conta própria", defendeu.
Sem ministros
Lula afastou a possibilidade de citar nomes em ministérios em um eventual governo. E argumentou que não fará o movimento para não afastar possíveis apoiadores. "As pessoas querem que eu apresente um Ministro da Fazenda. Se eu apresentar um, eu perco dez. Se eu apresentar dez, eu perco 50. Eu sou louco de indicar um? Não. Primeiro, eu vou ganhar", argumentou o petista. O candidato também voltou a negar um combinado para que Simone Tebet (MDB) tenha dado o apoio à candidatura para que faça parte de seu governo.