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Eleições

Candidatos atacam ausência de Lula e miram governo Bolsonaro

Em dobradinha, padre Kelmon apoiou presidente; candidatos insistiram em 3ª via, criticando governo e PT

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Em contagem regressiva para as eleições, candidatos ao Planalto apostaram em dividir críticas entre os principais nomes da disputa à Presidência, segundo pesquisas de opinião de voto: Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Os dois nomes foram os principais alvos dos presidenciáveis ao longo do debate no SBT, neste sábado (24.set). Denúncias de corrupção, estratégias de gestão do atual governo, com destaque à fome e falta de investimento em creches, além da ausência do petista no evento, foram os temas defendidos pelos nomes que insistem em uma 3ª via.

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O debate contou com a participação de Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Tronicke (União), Luiz Felipe D'Avila (Novo) e Padre Kelmon (PTB), e foi realizado pelo SBT em parceira com o maior pool de veículos de comunicação -- composto por CNN Brasil, Estadão/Eldorado, Veja, Nova Brasil e Terra.

Assista à íntegra do debate -- incluindo o pré e o pós feitos pelo SBT News. Abaixo, leia como foi cada bloco do encontro:

Primeiro bloco

Tebet foi a primeira perguntar. Dirigindo-se a Bolsonaro, questionou por que o governo não prioriza as crianças. O presidente respondeu que "o orçamento é feito a quatro mãos, Executivo e Legislativo" e disse que a senadora derrubou o veto contra o orçamento secreto. Na réplica, Tebet disse que "comprar apoio no Congresso" é corrupção.

Segundo a perguntar, Bolsonaro escolheu Padre Kelmon e citou a perseguição a cristão na Nicarágua para questionar se o Brasil deveria repudiar tais atos. O candidato do PTB respondeu que o Brasil corre risco de viver o mesmo porque "o ditador da Nicarágua é amigo do grupo do Foro de São Paulo e eu não vi em nenhum momento o pessoal da esquerda criticar, reclamar". Na réplica, Bolsonaro disse que "não podemos aceitar perseguição a religiosos no mundo todo". Em sua tréplica, o padre disse que os cristãos "precisam se unir".

Ciro Gomes perguntou a Soraya Thronicke sobre corrupção. A senadora criticou Bolsonaro, disse que o ajudou a se eleger, que não se arrepende, mas que seu sentimento hoje é de "decepção, tristeza". Na réplica, Ciro atacou Lula por não comparecer ao debate, e disse que Bolsonaro "rendeu-se à corrupção". 

Na sua vez de perguntar, Soraya escolheu Felipe D'Ávila e fez uma charada, citando escândalos atribuídos ao governo Bolsonaro. O candidato do Novo respondeu que "a polarização está acabando com a discussão sensata neste país". Na réplica, a senadora citou o presidente e disse que estaria ao lado dele "se ele tivesse sido honesto": "Estragaram até mesmo a reputação de uma direita brasileira que estava nascendo".

Padre Kelmon questionou se Ciro Gomes é contra o aborto e se aceitaria assinar um "pacto pela vida". O pedetista respondeu citando o número de desempregados e disse estar "muito concentrado produzindo soluções para isso". Sobre o aborto, afirmou que "nosso poder enquanto presidente é nenhum". Na réplica, o candidato do PTB disse que, antes de tudo, é preciso defender a vida. "Vai fazer isso para quem se não existir o ser humano?", afirmou.

Na última pergunta da rodada, Felipe D'Ávila perguntou como Tebet votaria em relação ao aumento do Judiciário. Ela respondeu: "Como senadora, voto contra e se for eleita presidente e o Congresso aprovar, eu me comprometo a vetar. Está na hora de o Brasil ser de todos os 215 milhões de brasileiros". Na réplica, o candidato do Novo disse que "chegou a hora de enfrentar o corporativismo no Brasil".

Segundo bloco

O segundo bloco começou acalorado, com um pedido de resposta concedido ao candidato Jair Bolsonaro (PL) à piada dada pela candidata Soraya Thronicke no início do debate ? que ironizou com uma charada de "o que é, o que é", quem não reajustou a merenda escolar, mas gastou "milhões com leite condensado". Na resposta, Bolsonaro voltou a citar as emendas de relator, conhecidas como Orçamento Secreto, e argumentou que as duas senadoras que estão no debate votaram para derrubar o veto dado por ele à proposta. Ambas negaram. 

O candidato também disse que Soraya "foi uma estelionatária" nas últimas eleições, por, à época, ter feito campanha como "a candidata de Bolsonaro". O presidente também defendeu o uso do viagra, dizendo se tratar de um medicamento, "um remédio usado por todos os médicos do Brasil". 

A sequência do debate deu espaço para perguntas de jornalistas dos veículos de imprensa aos candidatos. A primeira delas, feita pela CNN, questionou Bolsonaro por declarações de "ativismo judicial" dadas por ele em referência ao Supremo Tribunal Federal (STF), e indagou novas indicações que podem ser dadas por ele caso venha a ser reeleito em um novo governo.

Bolsonaro voltou a argumentar que o Supremo tem interferido no governo, e criticou decisões monocráticas de magistrados. O candidato também disse que é difícil "governar o país com ativismo judicial, como existe no Supremo", e que, se reeleito, indicará dois ministros "pensando em prol do Brasil". Ele ainda defendeu as duas indicações dadas por ele à Corte durante o seu governo: os ministros Kassio Nunes Marques e André Mendonça. Ciro Gomes (PDT) comentou a resposta afirmando que atualmente, no Brasil, há uma "espécie de baerna institucional por falta de autoridade".

A segunda pergunta, feita pela Nova Brasil, foi direcionada a Simone Tebet. A indagação citou uma declaração de Bolsonaro de que não existe fome no Brasil. Tal ponto foi rechaçado pela candidata, que teceu críticas ao atual líder do Executivo. "É lamentável termos um presidente insensível que não tem, não trabalha, fica de moto, jet sky falando que ninguém passa fome". Bolsonaro rebateu, exaltando o programa Auxílio Brasil, e retomou o discurso de que a economia foi afetada pelo período da pandemia de covid-19. 

Tebet também criticou a ausência de Lula à discussão. "Um falta o debate, não tem coragem de dizer quais são as propostas para o Brasil. O outro mente, mente descaradamente. E, assim, desvia o foco do que é mais importante", disse. A senadora também afirmou que a imagem de Bolsonaro poderia ser associada hoje ao "personagem do Pinóquio". No meio tempo, Soraya teve o direito de resposta atendido. E se limitou a responder: "Não cutuque a onça com a sua vara curta".

Ciro Gomes foi o terceiro a ser questionado, e foi indagado a respeito de quem ele apoiaria em um eventual segundo turno: Lula ou Bolsonaro. Na resposta, Ciro atacou a resposta e o jornalismo, dizendo se tratar de "uma falta de respeito ao eleitor", e que gostaria de ser indagado sobre o seu programa de governo. Não respondendo à pergunta, o candidato ainda voltou a citar a ausência de Lula ao debate. O mesmo foi apontado em comentário à resposta de Simone Tebet.

A legislação que favoreceu o armamento foi a quarta pergunta, direcionada a D?Ávilla. O candidato defendeu o acesso a armas, mas criticou a facilitação ao item adotada pelo governo Bolsonaro. "CACs (caçadores, atiradores e colecionadores), foram realmente avacalhados. Em qualquer clubinho de tiro, você sai armado", disse. O candidato também defendeu que o perfil dos que querem adquirir armas deve ser melhor analisados, em um sistema unificado entre Exército e Polícia Federal. 

Soraya Thronicke, a quinta a responder, foi indagada a respeito da ideia que defende de um imposto único, e se a proposta seria a retomada do imposto CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). A senadora disse que os dois não são a mesma coisa. E que a intenção dela é substituir 11 impostos em apenas um: "Uma alíquota de 1,26%, e tirar o peso de uma tributação em cima do consumo e colocar na movimentação financeira. Quem movimenta mais, paga mais, quem movimenta menos, paga menos".

A última pergunta do bloco foi direcionada ao Padre Kelmon, e foi a respeito da Lei da Ficha Limpa -- com a citação de que o nome definido inicialmente pelo PTB, Roberto Jefferson, não pôde concorrer por ter sido enquadrado na legislação. O candidato citou Lula, afirmando que o petista também deveria ser impedido de ser candidato. D'Avila comentou, respondendo que o seu partido é o único "Ficha Limpa mesmo".

Terceiro bloco

Felipe D'Ávila abriu o terceiro bloco perguntando a Bolsonaro sobre mecanismos de combate à corrupção. O presidente respondeu que seu governo "tirou a corrupção das manchetes" e citou a CPI da Pandemia, referindo-se a ela como "fajuta": "Me orgulho muito de ser presidente da República, onde não tem qualquer escândalo de corrupção". Na réplica, o candidato do Novo pediu que o presidente explicasse a diferença entre o Mensalão e o Orçamento secreto. Bolsonaro, na tréplica, disse que vetou o Orçamento secreto, mas que o Congresso derrubou.

Padre Kelmon escolheu Tebet para, mais uma vez, perguntar sobre aborto. "A senhora se diz feminista. Dentro da agenda feminista está o apoio incondicional à legalização do aborto", disparou. Em resposta, Tebet disse: "O seu conceito é diferente do meu. O meu conceito é defender o direito das mulheres". Acrescentou ainda ser contra o aborto por ser católica e disse que não sabe se teria coragem de se confessar com Kelmon. Na réplica, o candidato do PTB afirmou que a senadora se contradiz, porque as feministas "apoiam o aborto incondicionalmente". Na tréplica, Tebet pediu desculpas aos católicos: "Peço desculpa à minha igreja, porque o padre aqui, lamentavelmente, está colocando palavras na boca de uma cidadã".

Soraya Thronicke escolheu Ciro Gomes e começou criticando Lula. Depois, perguntou sobre o agronegócio. O pedetista disse que "quem carrega o Brasil nas costas é o saldo comercial que a agricultura e a pecuária brasileira de todos os portos faz". "Não tenha dúvida de que toda e qualquer perseguição ao agronegócio é um tiro no pé". Na réplica, a senadora afirmou que o petista quer limitar a exportação de carne. "Quem fez isso foi Argentina e Venezuela e foi desastroso", disse. Dirigindo-se a Bolsonaro, que a chamou de estelionatária, Soraya acrescentou: "Estelionatário é quem usa dinheiro vivo para não deixar rastros e nem provas".

Ciro perguntou a Felipe D'Ávila se era preciso acabar com a corrupção, citando o governo Bolsonaro. O candidato do novo respondeu que era necessário "colocar gente séria no poder": "É você eleitor quem vai decidir se o governo vai ser conduzido por um corrupto, safado, ou se vai ser conduzido por gente honesta". Na réplica, Ciro disse que Bolsonaro "teve uma oportunidade de ouro de mudar radicalmente" e que o país está "desastrado, desmoralizado" e que o presidente "ressuscitou" Lula.

Na sequência, Bolsonaro teve concedido um direito de resposta e disse: "Me acusam de ser corrupto, mas não dizem de onde foi tirado esse dinheiro para corrupção. Mentiras". Dirigindo-se a Ciro Gomes, afirmou que a Polícia Federal já investigou o pedetista: "Se olhe no espelho".

O próprio Bolsonaro fez a pergunta seguinte e, mais uma vez, escolheu Padre Kelmon. O presidente falou sobre o Auxílio Brasil: "Me acusam de não olhar para o pobre. Qual a sua opinião sobre isso?". Em resposta, o candidato do PTB disse: "A minha opinião é que o senhor tem ajudado muito esse país. O que estamos vendo aqui é um massacre. Eu nunca tinha visto isso". Na réplica, o presidente falou sobre ações de seu governo, em especial as dirigidas às mulheres e aos moradores do Nordeste. Cometeu, porém, um ato falho ao afirmar que é bem recebido quando visita "esse estado", ao referir-se à região.

Ciro também teve um direito de resposta. "Nunca respondi, em 42 anos de vida pública, por qualquer denúncia de corrupção". Sobre a busca e apreensão que o presidente mencionou, afirmou que ela foi considerada ilegal: "Minha desconfiança é se é um delegado petista canalha ou se foi o governo Bolsonaro interferindo na polícia federal como fez para defender os filhos".

Na última rodada do bloco, Tebet perguntou a Soraya sobre o preço dos alimentos. A candidata do União defendeu desonerar o consumo e a folha de pagamento e falou sobre sua proposta de um imposto único. "Para cuidar das pessoas, cuidar das contas. Essa é a nossa prioridade", afirmou. Na réplica, a emedebista falou sobre a necessidade de segurança jurídica para atrair investimentos. Na tréplica, Soraya atacou Bolsonaro: "Abandonar a bandeira da economia liberal foi o maior pecado também que este governo cometeu, além de abandonar a bandeira do combate à corrupção".

Por fim, o presidente Jair Bolsonaro teve mais um direito de resposta. Primeiro, falou que seu governo "foi o que mais colocou machões na cadeia, defendendo as mulheres que sofrem violência pelo Brasil". Depois, afirmou que o partido Novo votou contra o Auxílio Brasil na Câmara. "Dizer a todos que a nossa economia vai muito bem e a nossa preocupação com os pobres se reflete no número de empregos criado nos últimos meses. O Brasil vai muito bem", declarou.

Quarto bloco

No último bloco, Bolsonaro foi indagado pela violência política. O candidato argumentou ter diminuído o número de mortes violentas no Brasil, e defendeu não ser o responsável pela troca de ataques, além de ter criticado a pergunta feita por uma jornalista. "Querer imputar a mim essa responsabilidade foge de um jornalismo minimamente sério. Queremos a paz, a tranquilidade, defendemos as mulheres de fato", argumentou. Ciro Gomes comentou a resposta afirmando que a "história do nós contra nós" foi criada pelo PT, mas que "o Bolsonaro adora". 

Na sequência, Tebet foi questionada a respeito dos projetos que têm para a Educação. A candidata defendeu uma maior qualidade no ensino, lembrando ser professora, e prometeu zerar a fila de creches. Em relação ao ensino médio, a senadora apontou intenção em implantar o período integral, defendendo que jovens que se formarem no Ensino Médio receberão R$ 5 mil. Bolsonaro criticou as promessas, afirmando que o debate é um espaço "em que se promete tudo", e disse ter concedido aumento a professores durante o seu governo.

Ciro Gomes foi o terceiro a ser questionado e respondeu sobre a corrupção. O candidato disse que casos de irregularidade são comuns, e o que dita é a forma pela qual um presidente lida com as denúncias, afirmando que o atual governo "passo upano para corrupto", quando não agiu após os escândalos no Ministério da Educação. Tebet comentou o tema, e disse que Bolsonaro foi omisso ao não lidar com as denúncias e ao dizer que não há corrupção no governo.

Soraya Tronicke foi questionada pelo seu posicionamento contra a violência, mas a favor do armamento. A candidata disse defender o acesso às armas desde que haja um maior cuidado a quem as recebe: "Quando falamos em armamento é para autodefesa". A candidata também criticou a falta de investimentos em segurança pública. D'Ávilla comentou, citando a a violência contra as mulheres.

Na quinta rodada, D'Ávilla foi indagado se Bolsonaro representa a Direita no Brasil. O candidato do Novo questionou a falta de privatizações, ética e lisura em um governo honesto. Também citou a preocupação no meio ambiente para investimentos do exterior. Padre Kelmon comentou as declarações, dizendo que o Brasil está "em boas mãos" no atual governo, e criticou a possibilidade de eventos de esquerda. 

A última pergunta foi feita ao candidato Padre Kelmon, e indagou sobre a Lei de Cotas. O candidato disse que tal política leva "o brasileiro a odiar" e a "dividir", colocando-se contra as políticas de cotas. Também defendeu o investimento na educação de base. Soraya Tronicke, ao comentar, defendeu a manutenção do projeto. Mas questionou a falta de investimentos na Educação e prometeu zerar a contribuição ao imposto de renda de professores.

Considerações finais

Tebet foi a primeira a fazer suas considerações finais. Falou sobre a polarização e disse ser capaz de "unir o Brasil com amor". Enfatizou também sua vice, Mara Gabrilli (PSDB).

Bolsonaro dirigiu-se ao "pobre que passa necessidade" e exaltou o Auxílio Brasil e mencionou o Nordeste. Também citou a queda no preço da gasolina e a anistia de dívidas do Fies.

Ciro também usou o discurso da polarização e disse pedir a Deus que iluminasse sua palavra, em aceno aos cristãos. "Se repetirmos mais do mesmo, teremos o mesmo resultado", afirmou.

Soraya citou o voto útil e disse que "a utilidade do voto é mudar o Brasil". Ainda citou escândalos de corrupção dos governos de Lula e de Bolsonaro, além de criticar o petista pela ausência.

Padre Kelmon dirigiu-se aos cristãos para pedir que "não permitam a volta da esquerda ao poder". Mencionou países como Venezuela e Nicarágua e se disse cristão e conservador.

Por último, Felipe D'Ávila disse que o Brasil é fruto da escolha do eleitor: "Você vai escolher se o Brasil vai ser um país que vai se livrar da corrupção ou se vai continuar sendo governado por corruptos".

Acompanhe a cobertura completa das Eleições no SBT News:

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