Comício de Lula em Curitiba é chamado de "redenção"
Prisão de ex-presidente por 580 dias na capital do Paraná deu o tom do evento
Débora Bergamasco
Curitiba - Faltando 15 dias para eleição, o candidato à presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, fez um comício em Curitiba, no Paraná. O ato ocorreu neste sábado (17.set).
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A cidade tem uma simbologia importante para Lula. Foi na sede da superintendência da Polícia Federal em Curitiba que ele ficou preso por 580 dias.
"Tem gente que acha que eu tenho ódio de Curitiba", disse ele, afirmando que na verdade aprendeu a amar, também porque conheceu a atual companheira, a socióloga Rosângela Da Silva. E agradeceu: "Os homens e mulheres que não mediram esforços" para apoiá-lo, enquanto ele esteve preso.
Durante 1 ano e meio, Lula ouvia os gritos, vindos de uma praça próxima, de "bom dia" e "boa noite, presidente Lula". Às vezes, a vigília estava cheia, outras, praticamente vazia. Quase 3 anos depois, o petista volta a Curitiba. Livre e líder nas pesquisas de intenção de voto no Brasil.
Lula também falou sobre as Forças Armadas, afastando a atuação de militares na apuração de votos. "Não queremos as Forças Armadas se metendo nas eleições, cuidando das urnas". E completou: "Nós sabemos cuidar de nós. Nós não precisamos ser tutelados."
O petista ainda disse que pelo Paraná ser considerado um estado "bolsonarista" ele fez questão de visitar a região. A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, que é curitibana, se emocionou. "Curitiba não é uma República, nem nunca foi." E disse que a volta do ex-presidente à capital paranaense representa "a redenção" do petista.
O local escolhido foi a Boca Maldita, espaço público que desde a década de 1950 reúne pessoas para discutir política, no centro da capital paranaense.