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Eleições

7 de Setembro: atitude de Bolsonaro pode impactar eleições, dizem analistas

Presidente tenta mostrar força política, mas deve moderar discurso

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7 de Setembro: atitude de Bolsonaro pode impactar eleições, dizem analistas
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A menos de um mês do primeiro turno das eleições, este 7 de Setembro poderá impactar a corrida ao Palácio do Planalto. O presidente Jair Bolsonaro (PL) fez um discurso comedido na manhã desta 4ª feira, mas ainda há expectativa para as manifestações desta tarde. Se elevar o tom, o chefe do Executivo pode prejudicar o andamento de sua busca por eleitores.

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"Bolsonaro sabe que ele está a algumas semanas da eleição. Acredito que ele deve ter sido bem informado que qualquer coisa que acontecer nesse momento, qualquer fala dele mal interpretada pode acabar sendo usada contra ele. Então, acredito que ele pode ter um cuidado maior do que ele teve no ano passado justamente porque o momento é crítico", explica Caio Barbosa, cientista político da Universidade de São Paulo (USP). 

Para o especialista, a principal consequência de um discurso agressivo pode ser o uso das falas pelo adversários da oposição. "Para mostrar novamente que Bolsonaro tem uma fala autoritária, um discurso golpista que ameaça as instituições", diz. 

Ele acrescenta ainda que pode haver, também, reação das instituições contra o discurso do presidente, como foi com o Supremo Tribunal Federal (STF) em 2021. "Os aliados de Bolsonaro tentam justamente estimular o presidente a fazer uma fala mais branda, porque toda vez que ele radicaliza, acaba caindo nas pesquisas e perdendo um pouco de apoio", pontua Barbosa. 

Data política 

A Esplanada dos Ministérios, em Brasília, volta a ser palco do desfile de 7 de Setembro, após dois anos sem evento em razão da pandemia de covid-19. Além da retomada, a celebração neste ano marca o bicentenário da Independência do Brasil, proclamada em 1822. Em meio ao cenário cívico, no entanto, o presidente Jair Bolsonaro (PL) usa a data para atrair apoiadores e mostrar força política.

"Ficou caracterizado como um evento muito ligado à campanha política e essa é uma construção que já vem de algum tempo, especialmente no ano passado, quando o 7 de Setembro teve uma conotação de reafirmação do poder do presidente, uma narrativa de conflito do chefe do Executivo especialmente com o STF", explica o cientista político Leonardo Barreto.

"Mesmo que a fervura deste ano não seja como a do ano passado, a gente tem resquícios disso. [...] O fato é que está muito difícil achar voto novo nessa eleição. Olhando para as pesquisas, Lula está ali no seu degrau desde o início do ano e Bolsonaro também está no seu degrau já tem 45 dias", arremata. 

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