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Eleições

"Centro da nossa campanha é construir poder popular", diz Gabriel Colombo

Em entrevista ao SBT News, candidato ao governo de SP pelo PCB defendeu políticas de moradia e emprego

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Gabriel tem 32 anos, é engenheiro agrônomo e mestre em ecologia aplicada pela Universidade de São Paulo (USP) | Divulgação/PCB
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Engenheiro agrônomo e mestre em ecologia aplicada pela Universidade de São Paulo (USP), Gabriel Colombo (PCB) está entre os candidatos ao governo de São Paulo. Com chapa formada com Mané Messias, o político conta, em entrevista ao SBT News, que os principais objetivos de governo incluem a promoção de empregos, a moradia digna e a universalização dos serviços públicos de saúde, educação, transporte e saneamento. 

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Confira abaixo a íntegra da entrevist:

Quais são as três principais propostas de governo suas?  
Nós temos quatro principais propostas, se me permite. A promoção de emprego com amplos processos de investimentos públicos e planejamento econômico a partir do estado. Um processo de garantia de moradia de qualidade para toda a população do estado de São Paulo - ninguém deve morar na rua e comprometer seus salários com os aluguéis elevados. Um programa de garantia de alimentação para todos - nós vivemos um grave momento de elevada situação de fome e insegurança alimentar. E a universalização dos serviços públicos de qualidade, saúde, educação, transporte, saneamento. 

Qual é o mote da campanha?
O centro da nossa campanha, da nossa proposta, é construir o poder popular. É apresentar programas que mobilizem a maioria trabalhadora da população, que hoje é tão massacrada, que vive na miséria, no desemprego, com baixos salários, com fome, com precariedade dos serviços públicos e das condições de vida de uma forma generalizada. 

Qual é o desafio que você acha que vai encontrar ou vai ter pela frente? 
Nós temos a necessidade de construir um governo que seja pautado na maioria da população. Hoje, nós temos um governo para a minoria, que expressa a sociedade paulista e brasileira, com uma elevada desigualdade social. Nós temos pessoas que ganham muito e pessoas que ganham muito pouco na nossa sociedade. Isso se expressou de forma agravada durante a pandemia, em que os 62 bilionários enriqueceram em 30% a sua fortuna, enquanto 90% dos brasileiros tiveram queda de rendimentos. E esses bilionários tem uma riqueza equivalente aos 128 milhões mais pobres da população brasileira. A gente precisa mudar radicalmente esse cenário, enfrentar e erradicar a desigualdade social. 

O que você vai fazer, em caso de vitória, assim que assumir o Palácio dos Bandeirantes?   
Vamos fazer um amplo processo de mobilização para garantir a execução do nosso programa, porque nós sabemos que todas as nossas propostas fazem muito sentido para atender o conjunto da população paulistana e, sobretudo, a sua maioria trabalhadora. Mas hoje, o poder político e econômico é concentrado na mão da burguesia, que é a minoria da população. Nós precisamos nos mobilizar, trazer a população para governar junto conosco, construindo um poder popular e um estado que seja verdadeiramente democrático.  

O que é possível fazer com pouco tempo de TV e rádio? Menos de dez segundos no direito do horário eleitoral.
Nós não temos tempo de TV, de horário de TV e rádio, mas nós temos muito empenho coletivo e trabalho militante, pessoas que acreditam na nossa proposta e que vai muito além das eleições e começou também antes desse processo. Nós temos um programa, um projeto para a sociedade paulista e para a sociedade brasileira pautado na construção do poder popular e numa perspectiva de que todos têm direito a ter uma vida de abundância e de fartura, não só uma minoria privilegiada. 

Qual é o principal objetivo da sua candidatura, já que, como você mesmo disse, é difícil ou pouco provável a possibilidade de vitória?  
Nós não temos nenhuma ilusão com a possibilidade de vencer esse pleito eleitoral, mas nós queremos fortalecer uma proposta popular, radical, que paute o socialismo nesse processo eleitoral. Porque a perspectiva, essa é a proposta para a população trabalhadora, porque nós vivemos em um cenário de desemprego elevadíssimo, de fome, de falta de habitação. O déficit habitacional é altíssimo, a educação pública está precária, as filas no SUS estão enormes e tudo isso é feito para que as empresas, para que os grandes empresários ganhem muito. Nós precisamos fortalecer um projeto que queira enfrentar isso de frente, que busque transformar radicalmente essas condições. É possível todos terem empregos dignos. Nós trazemos uma proposta de quintuplicar o salário mínimo paulista, que é muito baixo, de R$ 1.288. A gente tem que metade dos trabalhadores ocupados do estado de São Paulo recebem até R$ 1.580, e isso também é baixíssimo. A gente precisa mudar esse quadro e, para fazer isso, como sempre foi na história, foram a luta e as mobilizações populares que garantiram essas conquistas. Desde o Sistema Único de Saúde, se a gente pensar, ou mesmo durante a prefeitura aqui de São Paulo do Haddad, o Passe Livre Estudantil e o Passe Livre para idosos acima de 60 anos, foram as mobilizações que garantiram essas conquistas. 

Você citou o Haddad no fim, já dá para desenhar, pensar alguma coisa, caso venha a haver segundo turno? 
Bom, nós temos que discutir internamente no partido quem a gente apoiaria. Se a gente apoiaria alguém, é óbvio que um cenário contra Tarcisio Freitas, que representa o Bolsonaro aqui no estado de São Paulo, muito provavelmente quem enfrente, quem se disponha a enfrentar esse projeto. Mas isso vai depender também do que vai ser apresentado como propostas, que programa vai estar em jogo, como vai se construir até lá. Apesar de ser 45 dias, muita coisa ocorre, muitos compromissos de campanha, e com a direita e com a burguesia, com uma frente ampla de conciliação de classes que o Haddad tem montado, a gente tem que acompanhar todo esse processo, debater, conversar. Mas o nosso foco central é construir a nossa candidatura, uma candidatura pautada pelo poder popular, cujo o nosso único compromisso é com a maioria trabalhadora da população.  

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