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Bolsonaro pode ter segurança reforçada por Polícia Federal

Eleição tensa e conflituosa leva PF e GSI a aumentarem proteção dos presidenciáveis

Bolsonaro pode ter segurança reforçada por Polícia Federal
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A escalada da tensão política e os riscos de conflitos com o início da campanha, na 3ª feira (16.ago), devem levar a Polícia Federal (PF) a reforçar a segurança do presidente, Jair Bolsonaro (PL), nas agendas de campanha. 

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A campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principal adversário na disputa pela reeleição, solicitou para a PF, ainda em julho, reforços para a equipe exclusiva dedicada à proteção do ex-presidente.

Bolsonaro conta com a proteção do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do Planalto, diferente dos demais candidatos. A equipe permanece na campanha, mas pode contar com reforços da PF -- o que já é feito em eventos específicos de presidente. 

Com o cenário acirrado e os riscos de confrontos na disputa eleitoral, o GSI deve pedir à PF, em eventos pontuais, reforço na segurança. Tanto na triagem prévia de análise de riscos como na segurança efetiva dos eventos, com reforços de equipe e material.

"O decreto 4.332, de 2002, estabelece a possibilidade do GSI demandar outras forças de segurança para atuarem em apoio conjunto à segurança presidencial. Isso já é feito, naturalmente, nas viagens do presidente pelo país afora e continua assim", explicou o delegado Thiago Marcantonio Ferreira, chefe da Coordenadoria de Proteção à Pessoa (CPP).

"Eventualmente, ele (Bolsonaro) pode também contar com o apoio da Polícia Federal nessas viagens que ele faz, sob a proteção do GSI", delegado Thiago Marcantonio Ferreira, chefe da Cordenação de Proteção à Pessoa (CPP) da PF.

As equipes destacadas para fazer a segurança dos presidenciáveis são coordenadas por Marcantonio -- e, em última instância, pelo diretor-executivo da PF, delegado Sandro Avelar. São mais de 400 policiais, parte atuando diretamente com as campanhas e fixas com cada candidata, parte nas unidades estaduais, fazendo trabalho local nas agendas. 

Delegado Thiago Marcantonio
Delegado Thiago Marcantonio Ferreira, chefe do CPP | SBT

Antecipação

Oito dos doze candidatos -- sem contar Bolsonaro -- solicitaram segurança da PF para as Eleições 2022. A lei garante que os presidenciáveis tenham proteção policial durante a campanha. 

O atentado à faca contra Bolsonaro na campanha de 2018, em Minas Gerais, o tom agressivo de enfrentamento entre apoiadores do presidente e de Lula, episódios como a bomba caseira que explodiu em um evento no Rio, o assassinato de um petista por um bolsonarista em Foz do Iguaçu (PR), colocaram PF e GSI em alerta.

O trabalho de segurança dos presidenciáveis pela PF, que era previsto para começar logo após o fim das convenções partidárias de escolha interna dos candidatos (encerrado em 5 de agosto), foi antecipado para o dia 22 de julho. Logo após a confirmação dos nomes pelos partidos. O PT foi um dos primeiros na escolha de Lula e de Geraldo Alckmin (PSB), como vice.

"A princípio, tudo corre bem. Evidente que, agora, a partir do dia 16, houve o início da propaganda política. Os candidatos passaram a realizar determinados atos, que até então, eles não podiam", afirmou o delegado da PF. "A gente espera que vai haver uma intensificação na agenda dos candidatos e, por consequência, na nossa atuação."

Lula
Campanha de Lula tem pedido reforços nas agendas de campanha | Divulgação/Ricardo Stuckert

Nível máximo

Bolsonaro e Lula lideram as pesquisas de intenção de voto e protagonizam uma polarização tensa e conflituosa. Dos 12 nomes registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os dois estão na categoria mais alta (nível 5) de risco, na classificação doutrinária das forças de segurança para proteção de autoridades - os dignitários, no termo técnico.

Por segurança, a PF não detalha número de policiais. "O que eu posso te dizer é que não há, na Polícia Federal, nenhum comparativo anterior com a estrutura que foi fornecida para segurança dele."

Com a maior equipe destacada -- o número inicial era de 30 policiais, entre eles três delegados, agentes e especialistas -- a equipe de segurança de Lula montada pela PF tem requisitado reforços pontuais nas agendas. Como na solenidade de posse do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na 3ª feira (16.ago).

Os pedidos da equipe de Lula, coordenada pelo delegado Andrei Augusto Passos Rodrigues, têm gerado problemas internos na PF. Em julho, a equipe distribuiu para as 27 superintendências da polícia, nos estados, ofício comunicando a necessidade de reforços nos locais, de forma genérica. Houve reclamação para a direção, por parte de alguns chefes das unidades estaduais e a formalização de um documento questionando o pedido. Depois de uma reunião geral da direção da PF com as unidades, o assunto é considerado "superado".

Bolsonaro
GSI usa maletas blindadas para proteger Bolsonaro | Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Novos equipamentos

A PF montou um esquema especial para proteção dos candidatos nas Eleições 2022. Desde viaturas blindadas VIP para uso dos candidatos -- foram compradas 71 -- equipamentos e estrutura alocada, estão sendo testadas novas ferramentas, como as pastas à prova de balas, que o GSI usa desde 2019 na proteção de Bolsonaro. 

As pastas balísticas já estão em uso, informou o chefe do CPP. Foram compras seis delas. São levadas por policiais nos eventos de classificação de maior risco. Além do candidato, cada agenda tem uma classificação, que determina o grau de pessoal, equipamentos e técnicas que devem ser usadas.

"Nossos policiais já haviam sido capacitados para o emprego da pasta. O que ocorre de novidade é que é pela primeira vez que a gente está empregando ela, em um contexto de um processo eleitoral", explicou o chefe da CPP.

Leia também:

+ PF testa pastas blindadas na proteção dos presidenciáveis

+ PF aposta em inteligência e reforços para segurança de presidenciáveis

A pasta serve de escudo para proteger os candidatos de disparos de arma de fogo, facadas, pedras ou outro tipo de agressão. "Você utiliza ela como uma forma de proteger para que você tenha o tempo de retirada e de que a outra parte da equipe possa reagir aquela eventual agressão."

Desde 2021, os policiais envolvidos na segurança dos presidenciáveis passaram por treinamentos específicos voltados para situações de risco que possam surgir durante a campanha. Desde situações de um atentado a tiros até agressões envolvendo candidados durante uma passeata foram simulados na academia. As pastas também foram usadas nas simulações bem como material de primeiros-socorros, direção de fuga, entre outros.

Os escolhidos foram recrutados e treinados. São cerca de 500 policiais. Além de planejar os reforços solicitados nas unidades da PF locais, eles também cuidam do acionamento das forças de segurança estaduais, para apoio de batedores e controle de público. Parte dos policias viaja com os candidatos e parte permanece nas base, planejando e atuando com dados de inteligência.

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