Com chapa 100% feminina, partidos oficializam união de Tebet e Mara Gabrili
Senadora foi confirmada vice; chapa une MDB e PSDB na disputa ao Planalto nas próximas eleições
José Luiz Filho
Senadora por São Paulo, Mara Gabrili (PSDB) foi apresentada nesta 3ª feira (2.ago) como candidata a Vice-Presidência da República na chapa encabeçada por Simone Tebet (MDB). O anúncio foi feito pelo presidente do PSDB, Bruno Araújo, em uma entrevista coletiva realizada na sede do partido, na capital paulista. Segundo ele, a indicação de Mara Gabrili, que é cadeirante, "sinaliza que o impossível é possível."
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Para Baleia Rossi, presidente do MDB, a chapa feminina é "completa e exclusiva", e as duas senadoras poderão "devolver ao Brasil a esperança de um futuro melhor". Já Roberto Freire, presidente do Cidadania -- que faz parte da federação com MDB e PSDB --, afirmou que as candidatas "são duas mulheres não estão para compor cenário, mas para fazer história".
Os senadores tucanos José Serra (SP) e Tasso Jereissati (CE), também compareceram ao evento. Jereissati, que foi cotato para ser o candidato a vice da chapa, disse não ter aceitado o convite porque pesquisas internas demonstraram a viabilidade de uma candidatura 100% feminina. "Nada representaria melhor, nesse momento que nós precisamos dar uma reviravolta, nesse momento que o Brasil vive, do que a candidatura da Simone, que já estava posta e, Mara Gabrili que, traz pra nossa campanha, juntamente com Simone, a mensagem que só o amor, juntamente com a docilidade da mulher podem novamente unir esse país". O tucano se encontrou recentemente com o candidato Lula (PT), para discutir caminhos políticos.
Mara Gabrili falou sobre a honra de ser convidada para esse desafio e defendeu que "o Brasil tem que olhar pra frente". A candidata a vice ainda criticou a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL), destacando atuação do mandatário entre mulheres e minorias, apostando na base em que o presidente tem maior rejeição."Arrasada de ver um governo desdenhando da população negra, das mulheres, das meninas, dos indígenas, da população LGBTQIA+, daquele que tem uma deficiência, dos jovens. Isso é impossível de conviver", declarou.
Ao falar sobre o PT, partido do líder das pesquisas na corrida eleitoral, Mara Gabrili criticou, sem entrar em detalhes, a atuação do partido com empresários paulistas: "Vi, dentro da minha família, meu pai [empresário no ABC paulista, no início dos anos 2000] ser extorquido pelo PT, com arma na cabeça. O meu pai faleceu de dor e eu sou uma pessoa que tem uma indignação com a injustiça. E que Simone reafirmar o meu compromisso em lutar, pela justiça social, para que todas as pessoas tenham oportunidade. Lutar contra a fome, contra o racismo e muitas outras coisas que a gente precisa evoluir."
Simone Tebet foi a última a discursar e, durante as declarações, também atacou o PT. Afirmou, sem dar explicações, que "o Partido dos Trabalhadores quis impedir a nossa candidatura." Sobre a polarização política vivida no país, disse que "é hora de dar um basta." E embora o nome dela ainda não venha tendo um bom desempenho nas pesquisas, a candidata demonstrou otimismo. "Essa é uma eleição de dois turnos e nós estaremos lá [no segundo turno]."
Ao falar de plano de governo, a senadora afirmou que a gestão será baseada em quatro pilares: erradicar a fome, distribuição de renda, agenda de desenvolvimento sustentável e em um governo "parceiro de quem quer investir". E, por fim, de forma enfática e mais uma vez apresentando otimismo, ressaltou: "O Brasil que queremos será reconstruído a partir de janeiro."
Com o anúncio do nome da vice, MDB, PSDB e Cidadania têm até o próximo dia 15 para registrar a chapa na justiça eleitoral.