Sabatina Poder Expresso: Cyro Garcia, do PSTU, quer descriminalizar as drogas
Pré-candidato ao governo do Rio defende acesso a armas e quer acabar com operações policiais nas favelas
SBT News
O pré-candidato do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) ao governo do Rio de Janeiro, Cyro Garcia, disse em entrevista ao Poder Expresso, do SBT News, nesta 6ª feira (08.jul), que política de segurança pública é uma necessidade para o estado. Afirmou que ele busca derrotar a extrema direita e combater a política de classes.
Bacharel em Direito pela UFRJ, mestre e Doutor em História pela UFF, ex-bancário e professor, o pré-candidato ainda afirmou que o PSTU é a única das candidaturas que tem o objetivo de romper de vez com o esquema capitalista, para construir um esquema socialista. Cyro Garcia acredita que a aliança Lula/Alckmin não funciona, e classificou a união PT-PSB como uma política neoliberal, que ataca as condições de vida dos trabalhadores e não resolve os problemas.
Em conversa com a jornalista Roseann Kennedy, ele disse que quer dar nitidez programática. Defendeu a estatização dos planos de saúde, já que a saúde deveria ser gerida pelo estado. E pontuou que o Rio de Janeiro tem problemas graves, como a fome, o desemprego e a economia desarticulada. Cyro enfatiza que é necessário ter recursos para resolver essas situações. Se eleito, ele pretende diminuir o desemprego, criar obras públicas com planos de moradias populares, tirar moradores de áreas de risco, construir creches, e diz que o Estado não deve viver em função dos royalties. Criticou ainda a atual segurança pública, e disse que a pobreza é criminalizada. O pré-candidato afirmou que "o atual governo fluminense apoia o genocídio da juventude negra", e disparou que "o governador Cláudio Castro tem as mãos sujas de sangue".
O pré-candidato do PSTU quer dar um basta à guerra contra as drogas. Indagado sobre o que pensa a respeito, respondeu as drogas são questões de saúde pública e não de polícia. Se eleito, quer implantar a desmilitarização da PM. Explica que em seu governo só existiria uma Polícia Civil, sendo uma uniformizada voltada para o patrulhamento e outra voltada para inteligência, como nos Estados Unidos. Uma polícia com direito de greve, eleição dos delegados pela comunidade. Pois a polícia tem que trabalhar em conjunto com os moradores de favelas. Ele acredita que assim, colocaria fim às operações policiais em comunidades e consequentemente, na avaliação do pré-candidato, com as mortes de negros pobres e jovens. Disse ainda que todos os policiais envolvidos em corrupção serão afastados da corporação; e que pretende acabar com o monopólio da violência, que está nas mãos das milícias e do crime organizado.
Sobre a política que facilita o comércio de armas, Cyro Garcia disse que não defende comprar arma como se compra nos Estados Unidos, "nas mercearias". Mas defende que os setores oprimidos possam se defender. O que está pressuposto, para o pré-candidato, é o armamento individual para quem tem dinheiro e por isso, ele acha que quem fala pelas comunidades tem que se defender, de maneira organizada, e não a varejo como a política armamentista do presidente Jair Bolsonaro (PL), classifica Cyro.