'Não há programa imune a um ataque', diz ministro da Defesa
General Paulo Sérgio Nogueira afirma, na Câmara, que não coloca em dúvida as urnas eletrônicas, mas cita aperfeiçoamento
O ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, afirmou nesta 4ª-feira (6.jul) que "não há um programa imune a um ataque", ao comentar o sistema de urnas eletrônicas e a participação das Forças Armadas na discussão eleitoral. Mas negou que estivesse questionando a credibilidade do sistema brasileiro.
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"Sabemos que esse sistema eletônico procisa sempre de aperfeiçoamento. Não há programa imune a um ataque, imune a ser invadido. Não há, está aí os bancos, que gastam milhões de reais com segurança. E eu tive o meu cartão clonado tem três semanas, a minha esposa, no ano passado. Então, isso é fato", afirmou o ministro, durante sessão da Comissão de Relações Exteriores e da Defesa na Câmara dos Deputados, na manhã desta 4ª-feira (6.jul).
Segundo o ministro, a atuação das Forças Armadas na Comissão de Transparência Eleitioral busca aperfeiçoar o sistema eleitoral brasileiro e se deu a convite do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Meu envolvimento foi único e exclusivamente por ter sido convidado pelo TSE para fazer parte desse processo."
O general afirmou aos deputados que não está colocando em dúvida o sistema eleitoral. "Não se está duvidando, ou achando isso ou aquilo. É, simplesmente, com espírito colaborativo, para ajudar o TSE."
Questionado por parlamentares da comissão, sobre a atuação das Forças Armadas em assunto eleitoral, o ministro da Defesa voltou a dizer que "nenhum sistema informatizado é totalmente inviolável". "Sempre existirão riscos."
"As Forças Armadas estavam quietinhas em seu canto, no bom sentido, com vocabulário da minha terra, e foram convidadas pelo Tribunal Superior Eleitoral para participarem dessa Comissão de Transparência das Eleições." O general afirmou que as propostas foram todas para aperfeiçoar o sistema eleitoral. "Não queiram me convencer que não há sistema que não mereça aperfeiçoamento."
O general Paulo Nogueira afirmou que foram feitas "várias propostas" para a comissão formada no TSE. "Algumas aceitas, outras parcialmente, outras não, outras seriam para pleitos futuros. E estamos conversando para ver o que pode ser implementado ainda. Tudo isso para a gente ter mais transparência, segurança e e melhores condições de auditabilidade. Só isso. Não tem outro viés."
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Segundo o ministro, as Forças Armadas vão atuar também como "fiscalizadora". "Em síntese, as Forças Armadas buscam com as propostas, aperfeiçoar a segurança e a transparência do processo eleitoral, miitigando ao máximo as possibilidades de ataques cibernéticos e falhas que possam comprometer as eleições de 2022 e posteriores."
Na reunião com a comissão, participaram também o comandante da Marinha, almirante de esquadra Almir Garnier Santos, o comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, e o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Junior.
Na reunião, eles apresentaram as prioridades e projetos essenciais das Forças Armadas para os parlamentares, com vistas ao projeto de Lei Orçamentário de 2023.