Para Sóstenes Cavalcante, educação é calcanhar de Aquiles de Bolsonaro
Líder da Frente Parlamentar Evangélica foi o entrevistado do programa Perspectivas
O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) foi o entrevistado do programa Perspectivas desta 3ª feira (5.jul). Na conversa com a jornalista Débora Bergamasco, o líder da Frente Parlamentar Evangélica na Câmara dos Deputados falou sobre a atuação do presidente Jair Bolsonaro (PL) junto aos evangélicos nos três anos e meio de mandato.
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Considerado um dos principais articuladores do chefe do Executivo com o segmento, o deputado comentou a CPI do Ministério da Educação, que deve investigar um suposto esquema de corrupção durante a gestão do ex-ministro Milton Ribeiro, que teria favorecido pastores na alocação de verbas do MEC.
Sobre o fato, Sóstenes afirmou tratar-se de um "episódio lamentável", que precisa ser investigado e apurado com rigor. "Acredito que tenha faltado experiência no serviço público ao ministro Milton, mas não má fé", declarou. Sobre a abertura da CPI, que ganhou sinal verde dos líderes do Senado, o deputado acredita que ela "estará totalmente contaminada com o ambiente político eleitoral".
No entanto, declarou a existência de um acordo firmado entre os líderes e o presidente do Senado para que o texto seja lido, mas que os trabalhos só comecem após as eleições. Para o parlamentar, tal medida evitaria que a CPI fosse utilizada como palanque eleitoral pela oposição. "Lamentavelmente, não acho que a CPI vá produzir bons resultados", completou.
Em relação à atuação dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Cavalcante defendeu uma corte mais atenta à defesa da Constituição e menos politizada. "O Supremo deveria ter um pouco mais de equilíbrio em suas intervenções", ponderou.
Pré-candidato à reeleição, Sóstenes Cavalcante auxiliará o presidente Jair Bolsonaro na corrida eleitoral. "Estou engajado na reeleição do presidente Bolsonaro", reconheceu o parlamentar que auxiliará o chefe do Executivo nos principais eventos do segmento evangélico, como as Marchas para Jesus. O próximo grande ato será na cidade de São Paulo.
Questionado sobre a intenção de votos dos evangélicos no presidente, o deputado disse discordar dos dados apresentados pela pesquisa Datafolha, segundo a qual Bolsonaro teria 36% do eleitorado, contra 28% do ex-presidente Lula. Para Cavalcante, o número real está na casa dos 60%.
Ainda de acordo com o parlamentar, o presidente precisará avançar em alguns temas em um segundo mandato, com a legislação sobre o aborto. No entanto, o principal desafio está na área da educação.
"O calcanhar de Aquiles desse governo é na questão da educação", apontou.
Segundo ele, é preciso trazer os pais para dentro da sala de aula, para que possam auxiliar na formação dos filhos. O deputado também criticou a abordagem precoce da sexualidade pelos professores.
Por fim, sobre o armamento da população, disse que a pauta precisa ser melhor debatida. "Não sou nem desarmamentista como a esquerda quer. Nem armamentista. Não penso com Jair Bolsonaro nesse quesito", concluiu.
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