Lula: "Quem se meter a comprar a Petrobras vai ter que conversar conosco"
Ex-presidente chamou o atual chefe do Executivo de autoritário em discurso em Juiz de Fora (MG)

Guilherme Resck
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se posicionou novamente, nesta 4ª feira (11.mai), de forma contrária à privatização de empresas públicas. Em discurso durante encontro com a prefeita de Juiz de Fora (MG), Margarida Salomão (PT), o petista disse que "quem se meter a comprar a Petrobras" precisará conversar com ele em um eventual novo governo.
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"Eu quero aproveitar esse calor democrático dessa sala e dizer ao governo brasileiro e dizer aos empresários: pare de tentar privatizar as nossas empresas públicas. Quem se meter a comprar a Petrobras vai ter que conversar conosco depois da eleição. Pare de tentar privatizar a Eletrobras, porque se não fosse a Eletrobras, não teria o Programa Luz para Todos, que custou para o povo brasileiro R$ 20 milhões e só pôde ser feito porque a empresa era pública. Pare de privatizar os Correios, não tem que privatizar o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, o BNDES, o Banco do Nordeste, o Banco da Amazônia, aprendam a trabalhar, aprendam a investir, aprendam a fazer política econômica em vez de vender as coisas que já estão prontas", pontuou Lula.
O discurso foi marcado também por ataque direto ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo ele, o Brasil tem a gasolina e o diesel mais caros do mundo, e o chefe do Executivo, "em vez de colocar a mão e resolver o problema, ele fica trocando de presidente da Petrobras e de ministro de Minas e Energia". "Ele na verdade não sabe o que está fazendo neste país". Na sequência, Lula chamou Bolsonaro de autoritário e disse que ele "fala em golpe todo dia". Além disso, em referência a uma eventual vitória sua nas urnas neste ano, falou que o "autoritarismo" do presidente sofrerá um "golpe democrático e popular", sem fuzil nem metralhadora, no dia 2 de outubro - quando ocorrerá o primeiro turno das eleições.
Outro assunto abordado pelo presidenciável do PT foi a segurança das urnas eletrônicas. De acordo com Lula, confia nelas "porque se pudesse roubar na urna eletrônica, um torneiro mecânico não teria sido o presidente da República duas vezes, e o PT não teria sido o segundo partido em 89, em 94, em 9, o primeiro em 2002, 2007, 2014, em segundo em 2018, e vamos ser o primeiro outra vez em 2022".
O petista fez mais promessas para um eventual novo governo. Entre elas, a recriação do Ministério da Cultura e a criação de um comitê de cultura em cada estado, pontos sobre os quais já havia falado na 2ª feira (9.mai), e aprimoramento do Aeroporto de Juiz de Fora.
Reitores
Mais cedo nesta 4ª feira, em encontro com reitores na universidade federal da cidade mineira (UFJF), Lula prometeu dar autonomia para a escolha dos dirigentes, se eleito: "Porque quem tem que indicar o reitor não é o presidente da República. Quem sabe o que é bom para a universidade é quem está lá dentro dela, então vai voltar a tal da autonomia, inclusive com autonomia financeira, para que a gente possa fazer a revolução que nós queremos sonhar neste país".