MDB apresenta Simone Tebet ao país em inserção partidária
Senadora é a presidenciável do partido e tenta consolidar terceira via
Roseann Kennedy
O MDB vai aproveitar as inserções partidárias em cadeia nacional, a partir desta quinta-feira (10.mar), para apresentar ao país sua presidenciável, a senadora Simone Tebet. No vídeo de 30 segundos, apenas a parlamentar aparece. Não há outro político da sigla, tampouco menções aos feitos emedebistas. Em tom de candidatura ela conclui: "Política é coisa séria. É preciso planejamento e experiência. Eu sou Simone Tebet e juntos nós vamos reconstruir o Brasil".
Tebet também critica a dependência que o Brasil tem de fertilizantes da Rússia, diz que já adotou medidas no passado para evitar isso, mas que a corrupção na Petrobras no passado impediu que o projeto avançasse.
"O mundo está em guerra e isso já prejudica o Brasil. Quando fui prefeita, doei 50 hectares para a Petrobras construir a maior fábrica de fertilizantes da América Latina. A obra está paralisada desde 2015 por incompetência e corrupção. Agora o governo quer vender a fábrica pra Rússia. Conclusão: a comida pode ficar ainda mais cara", afirma.
Terceira via
A pré-candidatura de Simone Tebet, na avaliação de alguns emedebistas, ganhou fôlego nesta semana. O senador Rodrigo Pacheco do PSD anunciou nesta quarta (09.mar) que não vai mais disputar e a pré-campanha de Sergio Moro (Podemos) foi abalada e enfraqueceu com o escândalo envolvendo o deputado estadual Arthur do Val.
O nome de Tebet, porém, tem sido mencionado nas tentativas de consolidação de terceira via como uma opção para compor como vice e a possibilidade de o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, deixar o PSDB para ser candidato à Presidência pelo PSD vai gerar ainda mais pressão por uma composição de chapa com os dois nomes.
Inserções partidárias
Não é apenas o MDB que está aproveitando a volta das inserções partidárias para promover seu presidenciável. O Podemos até divulgou formalmente que levaria ao ar a primeira série de mensagens de Sergio Moro ao Brasil. O PDT colocou o ex-ministro Ciro Gomes como estrela das propagandas da legenda e o PT fez o mesmo com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A prática burla a legislação eleitoral. O Tribunal Superior Eleitoral regulamentou a propaganda partidária, que vai ao ar nos intervalos comerciais das TVs e rádios, das 19h30 às 22h30, de segunda a sábado. O artigo 4º é claro sobre a proibição de promover candidaturas: "a utilização de tempo de propaganda partidária para promoção de pretensa candidatura, ainda que sem pedido explícito de voto, constitui propaganda antecipada ilícita".
Os partidos arriscam, porém, porque avaliam o custo benefício e concluem que vale a pena. Em caso de punição, são obrigados a pagar multa de R$ 5.000 e podem perder tempo de propaganda, mas isso só ocorrerá no ano que vem, quando não há eleições. Então, a medida é praticamente inócua.