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Boulos diz que vai distribuir renda a 1 milhão de famílias em SP; leia entrevista na íntegra

Sexto entrevistado da série do SBT News com os candidatos à Prefeitura de São Paulo falou sobre promessas de campanha

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Guilherme Boulos. Foto: Reprodução
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O sexto entrevistado da série do SBT News com os candidatos à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), disse que seu plano de distribuição de renda, batizado de Renda Solidária, irá conceder R$ 200 a R$ 400 a 1 milhão de famílias de baixa renda na capital. 

Leia abaixo a entrevista do candidato ao SBT News, na íntegra, aos jornalistas Simone Queiroz e Fábio Diamante - ou, se preferir, assista em vídeo.
 



SBT News: No seu programa de governo, o senhor propõe um programa de renda mínima, o Renda Solidária. Os especialistas dizem que esse tipo de programa deve fazer mais do que transferir renda, mas também servir para coordenar ações sociais. Eu pergunto ao senhor - na verdade, são algumas várias perguntas: Quais são os critérios que as famílias deverão obedecer para entrar e para permanecer no programa, caso o senhor seja eleito? Quanto tempo duraria, e qual o valor que o senhor pretende oferecer às famílias carentes? Ou seja, critérios - além, obviamente, delas não terem como se sustentar dignamente.
GUILHERME BOULOS: Olha, Simone (Queiroz, repórter do SBT), eu quero ser prefeito de São Paulo porque eu não aceito que na cidade mais rica da América Latina alguém precise revirar o lixo para poder comer. Eu não aceito isso. Eu luto contra isso há 20 anos no movimento social.
O principal programa que eu quero fazer, já logo em janeiro, é o Renda Solidária. Justamente porque, passando a pandemia do coronavírus, nós vamos viver uma epidemia de desemprego em São Paulo, e isso vai virar um caos. São Paulo vai virar um bolsão de miséria, sobretudo se o poder público não tiver coragem, não tiver ousadia para agir defendendo os mais pobres, defendendo quem está mais vulnerável, nos fundões, nas periferias da cidade. Esse é o Renda Solidária.
Então, pelo programa Renda Solidária, nós vamos atender até 1 milhão de famílias, que dá quase 3 milhões de pessoas na cidade, que são quem recebe - esse vai ser o critério inicial - quem recebe menos de meio salário mínimo de renda. E isso, pelos institutos, pelos dados, pela própria ONU, define a situação de extrema pobreza. Eu quero acabar com a extrema pobreza em São Paulo. O valor, ele vai variar entre R$ 200 e R$ 400, a depender da situação da família, do número de filhos, enfim, de quanto tem, quanto ganha. Esses vão ser os critérios definidores. É claro, eu vou priorizar mães solo, chefes de família, pessoas que estão em maior vulnerabilidade. O programa não é provisório, não é emergencial, não é por um prazo específico de duração.
Os programas de transferência de renda, Simone, pouca gente fala sobre isso, não é simplesmente você dar dinheiro para alguém e acabou ali. Uma mãe da Brasilândia, uma mãe do Grajaú, uma mulher ou um homem que está lá em Guaianases, quando receber esses R$ 400, ele vai gastar isso no mercadinho do bairro, vai gastar isso no açougue, vai gastar isso na manicure. Ou seja, vai ativar a economia local. Esse dinheiro vai gerar emprego na ponta porque vai permitir que a economia gire, que tenha mais dinheiro nos bairros. E esse é o sentido deste tipo de programa - os economistas chamam isso de "efeito multiplicador". Além de você garantir renda e tirar as pessoas da miséria, você vai também reativa a economia no momento tão necessário, de crise e de pós-pandemia na cidade de São Paulo. Por isso que eu e a Erundina vamos fazer a Renda Solidária a partir de janeiro do ano que vem.


Candidato, com algumas diferenças, hoje, muitas campanhas de outros candidatos prometem auxílios para as populações mais carentes, que sempre foram patrimônio da esquerda no país, e hoje ela rende frutos e votos para direita. O senhor tem uma série de desafios para ser conhecido na periferia, para conquistar o eleitor. O senhor entende que esse é um dos desafios para que o senhor conquiste, ou reconquiste, o eleitor na periferia?
Fabio (Diamante, repórter do SBT), sabe qual é a grande diferença entre a minha proposta e de outros candidatos? É que, por exemplo, Celso Russomanno está propondo isso agora, e votou contra a permanência do auxílio emergencial federal. Votou para abaixar de R$ 600 para R$ 300 como deputado. É hipocrisia. Não tem coerência. O Bruno Covas, agora, resolveu propor renda mínima. Ficou quatro anos lá, vem propor a um mês da eleição? É muita cara de pau. Eu teria vergonha de fazer uma proposta dessa depois de ter ficado quatro anos e não ter feito nada.
A diferença entre a minha proposta e a deles se chama coerência. Eu estou propondo fazer no governo aquilo que eu sempre defendi, como militante social, como ativista político, que é atender justamente os mais pobres, quem está nas periferias, quem está mais vulnerável. Fabio, São Paulo é uma das cidades mais desiguais do planeta, você sai aqui, você vai nos Jardins, em Moema, em bairros mais ricos, você vai ter os índices sociais da Suécia, os índices da Dinamarca. Você anda, vai para a cidade Tiradentes, vai para o Jardim Ângela, você vai ter os índices sociais dos países mais pobres do mundo. A quem que interessa esse abismo social tão grande na cidade mais rica do país? É isso: combater. É isso que a Erundina enfrentou há 30 anos atrás, quando foi prefeita, e eu e ela, agora, ela como minha vice, vamos enfrentar isso a partir do ano que vem como prefeito de São Paulo.


Candidato, o senhor é a favor da obrigatoriedade da vacina contra a covid-19, quando ela estiver pronta?
Simone, eu, nesse ponto, eu sigo as recomendações das autoridades sanitárias, dos médicos. Tem presidente da República que acha que é médico, tem governador que acha que é médico e sai aí prescrevendo receita. Daqui a pouco, CRM (Conselho Regional de Medicina) pega eles por exercício ilegal da medicina. Eu não faço isso numa questão como essa, da vacina. Eu vou seguir o que as autoridades sanitárias recomendam, que é a vacinação geral, inclusive na cidade de São Paulo, utilizando toda a rede de agentes comunitários de saúde. São mais de 8 mil agentes, que poderiam, na pandemia, ter sido utilizados para fazer testagem em massa, não foram, por uma omissão da prefeitura.
Aliás, Simone, é um absurdo: São Paulo é a terceira cidade do mundo onde mais morreu gente por coronavírus, só está atrás de Nova Iorque e da Cidade do México, e nós temos na cidade, hoje, hospital fechado. Essa semana eu fui visitar o Hospital Sorocabana, que o prefeito vai na televisão, se gaba... ele vem de um mundo da fantasia, o mundo da saúde. E o hospital Sorocabana tem oito andares e só tem um aberto. Você vai na Zona Leste, Ermínio Matarazzo, o Hospital Menino Jesus está fechado, o Hospital da Penha está fechado, o Hospital da Brasilândia, que é novo, recém-inaugurado, só está com 12% dos leitos abertos. No meio da maior pandemia da nossa geração. Quer dizer, é de uma irresponsabilidade tremenda não ter feito testagem em massa para poder ter um controle epidemiológico, ter mantido hospitais fechados. Aí foi lá, fez hospital de campanha, gastou uma grana em contrato sem transparência, e já desmontou todos esses hospitais. Por que esse dinheiro não foi para equipar hospitais que estão, que poderia ficar para a população? Nós vamos reabrir os hospitais fechados em São Paulo. Vamos fazer contratação de médicos para as UBS, UPAs, AMAs na periferia, e vamos fazer uma grande campanha de imunização e vacinação, seguindo as recomendações das autoridades sanitárias.


Candidato, o desabamento do prédio que foi ocupado no Largo do Paissandú em 2018 mostrou uma série de questões. Entre elas, mostrou que algumas pessoas que se dizem de movimentos sociais e que, de fato, lideram ocupações, cobravam taxas extorsivas de algumas pessoas da própria ocupação. E aqui não se trata de criminalizar movimento não, é de criminalizar pessoas mesmo. O senhor eleito prefeito, como é que o senhor vai lidar com isso? Como é que o senhor vai separar o joio do trigo, pensando que lá na ponta o senhor vai ter uma pessoa que, de fato, luta por moradia, que é um problema muito grave na cidade de São Paulo?
Fabio, primeiro, a gente precisa limpar campo. Quer dizer, eu não aceito fake news. A eleição de 2018 foi feita com base em fake news e deu no que deu. Olha o desastre, olha o abismo que o Brasil foi colocado. Você sabe que, quando teve esse desabamento, teve uma onda de mentiras tentando dizer que o movimento que eu faço parte, o MTST, cobrava aluguel, um movimento que não tinha nada a ver com aquela ocupação, que eu cobrava aluguel de famílias... Aliás, tem um jornalista, que foi quem propagou essas fake news, foi condenado já em 3ª Instância a me pagar indenização justamente por isso. Teve o vídeo tirado do ar, porque era mentira pura e simples.
Agora, é evidente: numa cidade com 12 milhões de habitantes, com centenas de milhares de pessoas sem casa, você tem os movimentos de moradia sérios dos quais eu faço parte com muito orgulho há 20 anos. Essa foi a trajetória de onde eu vim, onde eu aprendi muita coisa. Se cada candidato, viu, Fabio, se a gente trazer aqui alguns dos principais candidatos e ver o que que fizeram nos últimos 20 verões, vai sair ficha corrida danada. Nos meus últimos 20 verões, eu estava lutando ao lado do povo que precisa de casa, ao lado dos sem teto. Isso, para mim, é um orgulho. É essa luta que eu vou levar para a Prefeitura de São Paulo. Agora, se alguém se aproveita da necessidade dos outros pra ter ganho pessoal, eu nunca aceitei isso no movimento social e na Prefeitura também não vou aceitar. Oportunista é oportunista em qualquer lugar, independente de onde ele tente se esconder.


Candidato, a demanda pela escola pública cresce todos os anos e, certamente ano que vem, essa demanda vai crescer ainda mais em função da pandemia. Por enquanto, a prefeitura tem tentado resolver esse problema fazendo convênios ou contratando vagas em escolas particulares - o que, aliás, segundo o Ministério Público, é ilegal. O senhor já disse que não vai concordar com esse tipo de estratégia. Eu queria saber como é que o senhor vai fazer pra colocar todas as crianças em sala de aula. Vai ter sala pra todo mundo?
Simone, esse é um ponto chave. Aliás, você deve ter visto notícia que saiu hoje nos jornais que o candidato a vice do Bruno Covas (PSDB), o Ricardo Nunes (MDB), está envolvido em um monte de coisa estranha ligada a mau uso de dinheiro público de convênio de creche em São Paulo. Eu não vou aceitar isso. Eu sou professor, Simone, eu sou da área da educação, dei aula na escola pública em São Paulo. O que eu vou fazer, você tem? por exemplo, no caso das creches, creches conveniadas. Existem creches conveniadas que fazem um trabalho digno, decente, estão com contrato ok. Essas nós vamos manter. Agora, existem creches conveniadas que virou esquema de político. O cara pega dinheiro de educação, de creche, para fazer esquema, para fazer máfia. Ah, comigo não vai ter isso não. Eu vou enfrentar esses esquemas. Esses e vários outros que existem na cidade de São Paulo. 
Você sabe que o pessoal, às vezes, diz que falta dinheiro, o dinheiro não chega para saúde, para educação... porque o dinheiro tá indo para esquema, para máfia de transporte, para máfia de empresa de lixo e até para máfia de empresa de conveniada de creche. Eu não vou aceitar isso. Respeitando e garantindo o emprego de todos os trabalhadores, que estão lá dando seu suor, dando seu sangue no dia a dia. Têm o meu respeito. Vão ter o seu emprego garantido. Agora, nós vamos ter analisar esses casos. Agora, a rede municipal de escola em São Paulo tem mais de 1.400 escolas. Essa rede dá conta. Se for necessário, nós vamos expandir ela, mas vamos fazer isso valorizando os professores, os profissionais da educação, melhorando o ambiente escolar. Agora, a partir do ano que vem, com a aprovação do novo Fundeb, vai vir mais R$ 2 bilhões por ano para a cidade de São Paulo para a educação. Eu vou investir pesado em educação infantil com esse dinheiro, para melhorar os equipamentos das creches que muitas vezes são inadequados, e para valorizar o ambiente da escola municipal, com wifi, melhorando a qualidade da merenda. Vocês lembram que o Doria queria dar ração humana para a criançada comer? Nós vamos dar alimento orgânico para as crianças comerem nas escolas. Merenda boa, equipamento adequado, professor valorizado, wi-fi nas escolas. Essa é a receita para uma educação que funcione bem na ponta.


Candidato, eu queria fazer mais uma, voltar para o tema da habitação. O senhor promete regularizar uma série de terrenos que estão ocupados hoje, como também desapropriar prédios que estão vazios, especialmente no centro de São Paulo. O Ministério Público e a Defensoria Pública, que atuam nessa área, dizem que essa não é uma tarefa tão simples assim porque é preciso enfrentar a burocracia da própria prefeitura - e o senhor chegando lá, ela vai existir ainda - e também as decisões do Judiciário, o que não é muito veloz. Como, na prática, o senhor vai cumprir essas promessas, sabendo que o senhor também depende de outros organismos ali, para que isso funcione?
Fabio, você tem razão. Isso não é uma coisa mágica, não se faz isso em um mês de uma hora para outra. Eu estou na área da Habitação, na luta por moradia há 20 anos e eu sei bem como funciona. Agora, a gente não pode ficar parado e aceitar que a gente tenha mais de 25 mil pessoas morando na rua. São Paulo é uma das cidades com maior população em situação de rua do mundo e tem 40 mil imóveis abandonados só no centro expandido da cidade. Tem mais casa sem gente do que gente sem casa. Alguns desses imóveis inclusive, a prefeitura já, já... alguns são municipais, outros existem negociações em curso. Nesses locais em que já tem a situação fundiária resolvida, nós vamos reformar, requalificar esses imóveis e botar as pessoas para morar. Não tem um impeditivo burocrático. Onde precisar fazer desapropriação nós vamos fazer.
Agora, tem algo emergencial que, inclusive, a prefeitura pode dialogar. Você tem uma série de pequenos hotéis da rede hoteleira da cidade que tem um vazio e agora está à beira da falência por causa da pandemia. Eu quero dialogar com o acolhimento emergencial da população mais precária em situação de rua nessa rede. Nem tudo que você faz é judicializando. Muita coisa é possível fazer com o diálogo.
Você sabe por que não foi feito até aqui? Você sabe por quê? Quem é que ganha com tanto abandono, com tanta casa sem gente? É porque muitas vezes a empreiteira, o especulador imobiliário, o fundo que é dono desses imóveis e deixa lá abandonado, devendo IPTU mais que o valor do imóvel, é porque eles financiam campanha eleitoral de muito político. Financia campanha eleitoral de prefeito, de vereador, aí ninguém mexe nesse vespeiro. Eu não tenho rabo preso com essa gente. Vou enfrentar também essa turma. É o que eu faço há 20 anos na minha vida para garantir moradia. Não dá pra aceitar 25 mil pessoas morando na rua e 40 mil imóveis abandonados. Vou retomar ainda os mutirões da Luiza Erundina, né, nas áreas da periferia da cidade. Terrenos que estão vazios, muitos deles da prefeitura. Fazer urbanização e dar material de construção para as pessoas fazerem as suas casas de maneira digna, de forma mais barata e mais rápida.


Candidato, temos 4 minutos para terminar a entrevista. Tarifa zero nos ônibus, o senhor vai fazer? E como o senhor pretende fazer? Por exemplo, na última prefeitura petista, o Haddad disse que não tinha como bancar isso a não ser se tirasse o dinheiro da educação, da saúde. O senhor vai bancar a tarifa zero nos ônibus?
A tarifa zero é uma meta nossa. Agora, ela é um processo.
Nós vamos começar já em janeiro ampliando as gratuidades. Passe livre para desempregado: às vezes a pessoa, como é que ela vai procurar emprego se não tem dinheiro para ir atrás? Passe livre para mulheres com crianças de colo, e passe livre para estudantes... Boa parte deles já estão previstos em lei.
O Doria cortou, o Bruno Covas vetou o passe livre para desempregados agora na pandemia. Nós vamos garantir isso. Nós vamos botar a lupa nos contratos da máfia do transporte, Simone. Ah, isso eu vou fazer. E a gente sabe que tem muito esquema. Já teve CPI que mostrou, já investigação que mostrou, já teve gente presa da máfia do transporte, e a prefeitura continua dando uns R$ 4 bilhões de subsídios. No meio da pandemia, eles diminuíram os ônibus de circulação e aumentou o subsídio. Eu vou mexer nessa caixa preta, né. E aí, mexendo aí, com certeza tem dinheiro para garantir essas gratuidades, e para gente, inclusive, tirando parte do orçamento. São Paulo tem R$ 70 bilhões de orçamento por ano. Tem R$ 17 bilhões hoje parado no caixa. Existe recurso para isso. Se tiver prioridade em atender as pessoas que saem do fundão da M'Boi Mirim todo dia, que saem de Itaim Paulista todo dia, né, pra ter um ônibus de maior qualidade. Ir baixando a tarifa gradualmente até chegar na tarifa zero. Essa é a minha meta, é isso que eu vou fazer no transporte público de São Paulo.


Candidato, eu queria fazer uma pergunta para o senhor: o que falta para o senhor conquistar o eleitorado? O eleitor da esquerda ficou órfão, ele se decepcionou com a esquerda. Ele entendia que existia ali um caminho e ele hoje é uma pessoa que não tem mais aquele horizonte. O que o senhor tem que a esquerda brasileira não tem? O que o senhor tem para convencer o eleitor que hoje na grande maioria acha que político é tudo a mesma coisa? O que o senhor tem para oferecer de diferente?
Fabio, meu caro. Sabe o que a minha campanha e da Luiza Erundina está resgatando? Não é só um projeto popular para São Paulo que valorize as periferias, que inverta prioridades, né, que democratize a cidade... Mais do que isso, é resgatar uma forma de fazer política com brilho no olho, com esperança, com encanto. É uma coisa que foi se perdendo.
É por isso que a nossa campanha está mobilizando tanta gente, Fabio. Nós estamos crescendo em todas as pesquisas, cara. Eu tenho 17 segundos de televisão. O dinheiro que eu vou ter para a campanha toda é o dinheiro que o Bruno Covas vai ter um mês. O Russomanno tem a máquina do governo federal, o gabinete do ódio com ele. O Bruno Covas tem o Doria... a máquina do governo do Estado e da prefeitura, né. Um é puxa saco do Bolsonaro e o outro é puxa saco do Doria. Essa turma tem tudo isso e, mesmo assim, sou eu que estou crescendo nas pesquisas. Sabe o porquê? Porque a cidade de São Paulo não quer BolsoDoria no segundo turno. É isso que as pessoas estão mostrando e mesmo com todas as dificuldades - é uma batalha de Davi contra Golias - a gente está crescendo, passo a passo. Eu vou para o segundo turno. E eu e a Luiza Erundina. Eu estou muito otimista e muito confiante, nós vamos ganhar essa eleição.


Mas candidato, qual é a sua experiência? Existe uma desconfiança em relação a sua experiência, né? O senhor eleito prefeito, o senhor vai ter que lidar com uma Câmara Municipal que tem vereadores de todos os lados. O senhor vai ter que sentar para negociar com grupos que o senhor sempre atacou de maneira muito direta. Qual é a experiência que o senhor tem para assumir a prefeitura da maior cidade do país?
Fabio, sabe qual é a experiência da qual eu mais me orgulho? Eu sou único dos candidatos que mora na periferia. Atuo há 20 anos na periferia. Eu não apareço no bairro para comer pastel em véspera de eleição e abraçar criancinha. Eu moro. A periferia para mim não é número, não é estatística, são as pessoas. Essa experiência, meu caro, é insubstituível.
Aliás, eu vejo candidato falando de experiência para mim, e alguns deles, qual é a experiência pregressa que eu vejo? Um foi sócio da máfia da merenda, da máfia do Rodoanel, da máfia do Metrô. Eu quero essa experiência longe de mim. Afasta de mim esse cálice. O outro está lá no Congresso Nacional há um tempão, votando contra o trabalhador, humilha caixa de supermercado, desfaz das pessoas... Essa experiência, ele que guarde para ele. A minha experiência é lutar por moradia popular, por direitos e por dignidade junto com o povo. E eu tenho do meu lado como vice-prefeita a melhor prefeita que essa cidade já teve, a Luiza Erundina. Que com um orçamento dez vezes menor do que é hoje, fez seis hospitais, dois mil ônibus, fez o melhor governo para a periferia desta cidade. Então, experiência aqui, a favor do povo e da periferia, nós temos de sobra.


Candidato, já estamos chegando aos 20 minutos que é o tempo padrão para todos os candidatos, e eu vou pedir pro senhor fazer suas considerações finais.
Simone, obrigado. Obrigado, Fabio. Obrigado a todo mundo que nos acompanhou no SBT. Nós estamos chegando em uma reta final de uma campanha que é decisiva. Não só para nossa cidade, mas para o nosso país. É decisiva para resgatar a democracia no Brasil, é decisiva para que as pessoas possam ter oportunidade, possam ter voz, possam ter um governo que as represente. Por isso, no dia 15 de novembro não pense duas vezes. Não vá no BolsoDoria, não vá nos mesmos de sempre. No dia 15 de novembro é o momento da mudança, é momento da esperança, é momento de a gente virar o jogo na cidade de São Paulo, é momento de votar 50.
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