Prévia da inflação registra alta de 0,30% nos preços, puxada por passagens aéreas
Já alimentos ficaram em média 0,44% mais baratos, sobretudo refeições feitas em casa
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (25) e considerado a prévia da inflação, teve alta de 0,30% no mês de julho. Trata-se de uma queda de 0,09 ponto percentual (p.p.) frente ao observado em junho.
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Considerando os últimos 12 meses correntes, a variação do IPCA-15 foi de 4,45%, acima dos 4,06% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
A principal alta (1,12%) e o maior impacto (0,23 p.p.) vieram do grupo de Transportes, sobretudo no subitem de passagens aéreas (19,21%), seguido de Habitação (0,49% e 0,07 p.p.) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,33% e 0,5 p.p.).
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em julho. Apenas Alimentação e Bebidas (-0,44%) e Vestuário (-0,08%) apresentaram queda.
Em Alimentação e Bebidas (-0,44%, com impacto de -0,09 p.p.), ponto crucial em pesquisas de opinião que medem popularidade do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), as refeições dentro de casa (alimentação no domicílio) apresentaram queda de 0,70% em julho.
Caíram de preço produtos como cenoura (-21,60%), tomate (-17,94%), cebola (-7,89%) e frutas (-2,88%). No lado das altas, destacam-se leite longa vida (2,58%) e café moído (2,54%) como principais vilões da cesta básica.
Comer fora (alimentação fora do domicílio, 0,25%) ficou mais barato na comparação com junho (era 0,59%): enquanto o item lanche foi de 0,80% para 0,24% em julho, refeição chegou a 0,23%, uma queda de 0,28 p.p. frente ao mês anterior.
Principais altas
+ Transportes: as passagens aéreas subiram 19,21% e contribuíram com 0,12 p.p. no índice de julho. Em relação aos combustíveis (1,39%), gasolina (1,43%), etanol (1,78%) e óleo diesel (0,09%) tiveram alta, enquanto somente o gás veicular (-0,25%) registrou queda de preços;
+ Habitação: item foi influenciado, principalmente, pela energia elétrica residencial (1,20% e 0,05 p.p.) — em julho, passou a vigorar a bandeira tarifária amarela, que acrescenta R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos. Também houve reajustes tanto na conta de luz quanto na taxa de água e esgoto (0,22%), realizados em capitais;
+ Saúde e Cuidados Pessoais: planos de saúde (0,59%) e exames médicos (0,88%) apresentaram as maiores altas nos preços, tendo o primeiro um impacto de 0,02 p.p. no índice final.
Regiões
Quanto aos índices regionais, dez áreas de abrangência tiveram alta em julho. A maior variação foi observada em Brasília (0,61%), por conta das altas da passagem aérea (13,68%), da taxa de água e esgoto (5,02%) e da gasolina (2,94%).
Já o menor resultado ocorreu em Recife (-0,05%), que registrou queda nos preços do tomate, de 37,13%, e da cenoura, de 28,27%.