Preços sobem 0,13% em setembro, puxados pelo aumento na conta de luz
Alimentos como mamão, banana e o café também subiram no período; já a gasolina e o etanol recuaram
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação, registrou uma alta de 0,13% nos preços em setembro, de acordo com dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (25). A alta foi puxada, principalmente, pela energia elétrica residencial, que vinha de uma queda de 0,42%, e registrou aumento significativo de 0,84% nos preços.
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Entre os nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA-15, sete apresentaram alta de preços em setembro. O grupo de habitação - que compreende os preços da conta de luz - foi o mais impactado, com uma variação de 0,5%, contribuindo com 0,08 ponto percentual para o índice.
A inflação acumulada nos últimos 12 meses pelo IPCA-15 foi de 4,12%, uma redução em relação ao registrado em agosto, quando o acumulado foi de 4,35%. O índice também veio abaixo das expectativas de economistas, que projetavam uma alta de 0,29% para a previsão da inflação de setembro. De acordo com o IBGE, a desaceleração indica uma tendência que pode impactar as políticas econômicas futuras, especialmente considerando o cenário inflacionário em andamento.
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O grupo de alimentação e bebidas, que registrou duas quedas consecutivas nos últimos apanhados, apresentou crescimento de 0,05%. Na cesta de alimentos, os preços demonstraram um equilíbrio entre reduções e crescimentos. A cebola, por exemplo, teve queda de 21,88% no preço, a batata-inglesa e o tomate também registraram quedas. O mamão foi o vilão da vez, com aumento de 30% no período. A banana prata teve aumento de 7% e o reajuste no preço do café moído foi de 3%.
Na contramão, o grupo de transportes contribuiu para aliviar o índice, com uma redução de 0,08% em setembro, após uma alta em agosto. A gasolina, principal item deste grupo, teve uma queda de 0,66%, ajudando a suavizar a inflação geral. O etanol também apresentou um recuo, embora outros combustíveis como gás veicular e o óleo diesel tenham mostrado aumentos.
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Já para os próximos meses, a crise climática com a combinação de secas severas e os reflexos das queimadas, pode impactar no resultado da inflação principalmente na área energética e agropecuária.
Neste ano, a meta inflacionária estipulada pelo Banco Central é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual. A expectativa é que o IPCA feche o ano em 4,37%, no acumulado.