Pesquisa do Banco Central mostra que educação financeira do brasileiro deixa a desejar
Apenas 14% dos entrevistados mostraram algum conhecimento sobre juros
Luciano Teixeira
A educação financeira do brasileiro deixa a desejar segundo uma pesquisa feita pelo Banco Central. Apenas 14% dos entrevistados conseguiram fazer um cálculo simples de juros. Nível considerado baixo. Duas mil pessoas foram ouvidas na pesquisa.
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A pesquisa mostra ainda que o nível de conhecimento financeiro é o maior entre os jovens de 16 e 24 anos (64,5%). Os homens apareceram com 61,8% e pessoas com mais de 60 anos, 53,6%. Para aqueles com renda familiar de até dois salários mínimos, 56%. O levantamento também revelou que 64% dos brasileiros enfrentaram desequilíbrio nas contas nos últimos anos.
Uma situação que ajudaria a explicar o descontrole no orçamento de muitas famílias. A analista de marketing Gisela Costa começou a gastar mais do que recebia e acumulou dívidas de tirar o sono. "Eu comecei a ter um descontrole financeiro com saídas, roupas, divertimento e gastos normais e aí eu fui pagando o mínimo do cartão, sempre o mínimo, fui parcelando as faturas, quando eu vi já tinha virado uma bola de neve", conta.
"O que acontece muitas vezes é que as pessoas fazem compras parceladas , vão acumulando parcelas e não se planejando que nos próximos meses vão aparecer outras despesas", explica Ronaldo Silva, do Banco Central.
Para o especialista em educação financeira Reinaldo Domingos, para se organizar é preciso uma postura radical. "Defino quais são as minhas prioridades, sonhos de curto médio, longo prazo. Se eu fiz prestações, essas prestações têm que vir antes desses gastos todos do dia-a-dia de energia, água, telefone, supermercado".
Como ponto positivo, o Banco Central considera o fato da maioria conhecer os meios de pagamentos, com o pix (91,6%). A manutenção de senhas em segredo também é consenso. Mas a gerente de telemarketing Elaine Aragão não teve essa preocupação. Além de liberar a senha, ela emprestou de boa fé o cartão de crédito a uma parente. Ficou com o prejuízo de 90 mil reais e negocia uma saída. "Hoje , depois de ter passado um ano e pouco, eu ainda continuo pagando esse valor pro banco, ainda continuo em negociação. Nunca mais empresto cartõ para ninguém", conta.