Pesquisa aponta que solteiros são maioria entre os devedores
Levantamento do Serasa mostra que os divorciados são os que mais demoram a acertar as contas
Luciano Teixeira
Um estudo inédito da Serasa avaliou como o estado civil impacta na organização financeira dos brasileiros. A pesquisa apontou que os solteiros são maioria entre os devedores, mas são os divorciados os que mais demoram a acertar as contas.
A pesquisa ouviu 11 mil pessoas, entre homens e mulheres, de todo o país e apontou que 44% dos devedores são solteiros. Os casados representam 42%. A proporção dos divorciados (12%) e viúvos (2%) é bem menor.
O coordenador da plataforma Serasa-Ensina, Ricardo Stefanelli, explica por que os solteiros lideram a lista: "não chega a surpreender esse dado, porque ele pega uma faixa etária das pessoas mais novas que estão no primeiro emprego ou, muitas delas, ainda não está empregada".
Embora estejam em terceiro lugar entre os devedores, os divorciados são os que mais demoram para quitar suas dívidas. 49% deve há mais de dois anos e outros 36% têm contas atrasadas há pelo menos 6 meses.
Uma das razões, segundo a Serasa, está no fato de contas antigas se juntarem às novas após o divórcio. "Uma segunda conta de luz, uma segunda conta de água, às vezes o aluguel de um apartamento até se reorganizar de novo e, às vezes, até uma pensão da relação anterior" são alguns dos fatores, aponta Stefanelli.
Em relação à intenção de quitar as dívidas, a maioria afirma que vai pagar ou espera pagar; apenas 6% do total já desistiram. O educador financeiro Emerson Santos explica: o problema não está só no bolso, é também emocional. É preciso entender a causa do endividamento.
"Uma vez que você identifica os fatos que levaram você a contrair essa dívida, você resolve esse trauma, essa situação emocional e dessa forma você consegue adotar novos hábitos", diz o especialista.
Para a Serasa, a nova regra do rotativo do cartão de crédito, que a partir desta quarta-feira (3) limitou os juros a 100% do valor do bem ou serviço adquirido, vai ajudar a reduzir o endividamento.