Mercado volta a reduzir previsão da inflação e alta do PIB para 2024
Boletim Focus publicado nesta segunda-feira também ajustou a previsão do dólar para baixo, chegando a R$ 4,92
O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (22) pelo Banco Central, demonstrou a expectativa do mercado financeiro para a queda da inflação e o aumento do produto interno bruto (PIB) para este ano. De acordo com a projeção, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu dos 3,87% para 3,86%. Há quatro semanas (25 de dezembro), a projeção era de 3,91%.
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A estimativa do mercado segue acima do centro da meta, de 3%, mas está abaixo do teto de 4,5%. Esses números são definidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Apesar do ano de 2023 impactar a inflação com a alta dos alimentos, outros fatores econômicos puxaram o IPCA para baixo. Os analistas estimam que os preços administrados variem 4,16% neste ano, uma desaceleração relevante, comparado aos 9,12% de 2023.
Divulgado semanalmente, o Focus reúne a projeção de mais de 100 instituições do mercado financeiro aos principais indicadores econômicos do Brasil. O relatório previu inflação de 3,5% para 2025, 2026 e 2027.
Câmbio
O Boletim Focus desta segunda-feira previu ainda uma redução do câmbio em dólar, com previsão de fechar 2024 em R$ 4,92. Na semana passada a projeção era de R$ 4,95. No relatório de quatro semanas atrás, a previsão era de R$ 5,00. As projeções para 2025, 2026 e 2027 ficaram definidas, respectivamente, em R$ 5,00, R$ 5,05 e R$ 5,10
PIB
Em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto - soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país - (PIB), o Focus aumentou a previsão de crescimento, em 2024, para 1,6%, ante os 1,59% da semana passada. Para 2025, o boletim também manteve a previsão de crescimento da semana passada de 2%, que também é a mesma para os anos de 2025 e 2026.
Copom
Para atingir a meta de inflação, o BC usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 11,75% pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que ainda informou que deve seguir com cortes de 0,5 p.p nos próximos relatórios.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida. Isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
No caso contrário, o objetivo é fazer com que o crédito fique mais barato, incentivando o consumo e a produção, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
A previsão do mercado financeiro é que a Selic deve fechar o ano de 2024 em 9%. Nos três anos seguintes a previsão é que a taxa básica caia para 8,5%.