Gasto global com armas nucleares sobe 13% em 2023 e atinge recorde de US$ 91,4 bilhões
EUA responderam por 80% do total, seguido de China e Rússia
Os gastos globais com armas nucleares estão crescendo. Segundo dados da Campanha Internacional para Abolir as Armas Nucleares (Ican), China, França, Índia, Israel, Coreia do Norte, Paquistão, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos investiram, juntos, US$ 91,4 bilhões nos equipamentos em 2023 – alta de 13% em relação ao ano anterior.
A participação de Washington é maior do que a de todos os outros países que contam com armas nucleares. Ao todo, US$ 51,5 bilhões foram destinados ao setor, respondendo por 80% do aumento dos gastos mundiais. A China aparece em segundo lugar, com US$ 11,8 bilhões, seguida pela Rússia, US$ 8,3 bilhões, e Reino Unido, US$ 8,1 bilhões.
Nos últimos cinco anos, os gastos com armas nucleares aumentaram 34%, ou US$ 23,2 bilhões. Segundo Susy Snyder, uma das autoras da pesquisa, os países estão a caminho de gastar US$ 100 bilhões por ano em armas nucleares.
“Os bilhões de dólares desperdiçados em armas nucleares todos os anos são uma inaceitável má alocação de fundos públicos. Em vez de despejar recursos em uma corrida imprudente com armas de destruição em massa, os 9 Estados nucleares poderiam pagar por serviços vitais ou ajudar a enfrentar crises globais”, diz o estudo.
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Na comparação, os pesquisadores apontam que um minuto dos gastos com armas nucleares em 2023 poderia ter pago o plantio de um milhão de árvores. Já cinco anos de gastos com os equipamentos poderiam ter alimentado 45 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar durante a maior parte de suas vidas.