FMI piora projeção fiscal do Brasil e só vê superávit após governo Lula
Segundo o Fundo Monetário Internacional, país vai registrar déficit de 0,6% do PIB em 2024 e de 0,3% em 2025
O Fundo Monetário Internacional (FMI) piorou as projeções fiscais para as contas públicas do Brasil. Segundo o Fundo, o país deve registrar déficits primários de 0,6% e 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 e 2025, respectivamente. Em outubro, quando a última análise foi feita, os números estavam negativos em 0,2% para os dois anos.
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Somente em 2026, último ano mandato do presidente Lula, é que os cálculos do Monitor Fiscal preveem déficit zero, ou seja, equilíbrio entre arrecadação e gastos. Já em 2027, a projeção é de superávit (receitas maiores do que as despesas) de 0,4%, subindo constantemente até 2020, último ano analisado pelo FMI.
As previsões foram feitas antes de o governo anunciar, nesta semana, mudanças na meta fiscal. Ao apresentar a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2025 ao Congresso, o governo assumiu que abandonou a meta de superávit primário em 2025. A previsão inicial era de um superávit de 0,25% do PIB no próximo ano.
“O ajuste foi feito para, à luz do aprendizado de mais de um ano, nós estabelecermos uma trajetória que está completamente em linha com o que se espera no médio prazo de estabilidade da dívida”, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).
Apesar das projeções negativas, o FMI destacou o Brasil como um dos países que passaram por uma reforma fiscal no ano passado. “[O país] aprovou novas regras fiscais e uma reforma tributária, com o objetivo de modernizar e melhorar a eficiência do seu regime de impostos”, afirmou relatório do fundo, em referência às regras do arcabouço fiscal, que substituíram a lei do teto de gastos.