Custo de vida volta a registrar aumento na Região Metropolitana de São Paulo
Resultado foi influenciado pela alta nos gastos com saúde e alimentação
Camila Stucaluc
O custo de vida na Região Metropolitana de São Paulo voltou a crescer em abril. É o que aponta a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), que contabilizou um aumento de 0,24% nas atividades, interrompendo o período de estabilidade observada no mês anterior.
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Segundo os dados, o resultado foi influenciado pela alta nos gastos do grupo saúde (1,02%), sobretudo devido ao reajuste nos preços dos remédios. O aumento foi sentido por todas as classes sociais, desde as famílias com renda mais baixa (até 19 salários mínimos) até as com renda mais alta (acima de 10 salários mínimos).
O grupo de alimentos também registrou alta no mês (0,40%), refletindo mais nas famílias de classe A, que costumam realizar refeições fora de casa de forma mais frequente. As compras nos mercados, no entanto, também encareceram e devem continuar com preços altos nos próximos meses devido à tragédia climática no Rio Grande do Sul.
Os valores dos combustíveis, fatores de extrema importância para a logística e a distribuição, também avançaram. Destaque para o etanol, que aumentou significativamente: 5,6%. O impacto só não foi maior para o grupo de transportes – que teve uma variação de 0,19% –, uma vez que os preços das passagens aéreas despencaram (11,3%).
Por outro lado, foram registradas quedas nos preços dos itens de artigos para o lar (-1,55%), impactando de forma significativa o resultado geral, reduzindo-o em 0,09 ponto porcentual (p.p). Essa redução foi mais notável para as famílias de renda mais baixa, com uma queda de 1,45% para a classe E.
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"O resultado de abril mostra, a curto prazo, uma tendência de preços médios variando pouco. Isso acontece porque a alta registrada no grupo de saúde, que mais contribuiu para a aceleração do custo de vida em abril, teve uma justificativa pontual, e não deve continuar pressionando nos próximos meses", avaliou a Fecomercio-SP.