Custo da cesta básica subiu em 17 capitais brasileiras em 2024, diz Dieese
Aumento no valor foi influenciada pela elevação de preços, consequência da instabilidade climática e desvalorização do real em relação ao dólar
Camila Stucaluc
O valor da cesta básica subiu nas 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em 2024. As maiores altas acumuladas ocorreram em João Pessoa (11,91%), Natal (11,02%), São Paulo (10,55%) e Campo Grande (10,41%). Em Porto Alegre (2,24%), foi verificada a menor variação.
+ Inflação fecha 2024 com alta de 4,83% e ultrapassa a meta
Em dezembro, São Paulo foi a capital onde o valor da cesta básica registrou o maior valor, R$ 841, seguida por Florianópolis (R$ 809) e Porto Alegre (R$ 783). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram verificados em Aracaju (R$ 554), Salvador (R$ 583) e Recife (R$ 588).
Segundo o Dieese, a alta no custo da cesta foi influenciada pela elevação de preços, consequência da instabilidade climática, da demanda e do real desvalorizado em relação ao dólar. Seis itens apresentaram aumento nos preços em todas as capitais: carne bovina de primeira, leite integral, arroz agulhinha, café em pó, banana e óleo de soja.
Por outro lado, batata, feijão, farinha de mandioca, trigo e tomate foram os itens que, com mais frequência, apresentaram redução de preço médio nas capitais analisadas.
Cesta básica x salário mínimo
Quando comparado o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, verifica-se que o trabalhador comprometeu, em média, 53,75% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos em dezembro. O número representa uma pequena queda em relação a dezembro de 2023, quando o percentual ficou em 53,59%.
+ Juros do consignado do INSS sobem para 1,8% ao mês
Com base na cesta mais cara, o Dieese estima que o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas em outubro deveria ter sido de R$ 7.067,68 ou 5,01 vezes o mínimo de R$ 1.412. No mesmo período de 2023, quando o piso mínimo era de R$ 1.320, o valor necessário ficou em R$ 6.439,62, ou 4,88 vezes o valor vigente na época.