Correios buscam empréstimo de R$ 20 bilhões e anunciam plano de reestruturação
Valor está sendo negociado com sindicatos bancários; estatal ainda não sabe como incentivará demissão voluntária, manobra que ainda está sendo mapeada

Gabriela Tunes
Os Correios anunciaram nesta quarta-feira (15) um plano de reestruturação para fechar as contas em 2025 e salvar a estatal em 2026. Para isso, os principais meios serão um empréstimo de R$ 20 bilhões e um programa de demissão voluntária.
Essas duas manobras estão sendo mapeadas pelo presidente dos Correios, Emmanoel Schmidt Rondon, que assumiu o cargo há menos de um mês.
De acordo com Rondon, o empréstimo de cerca de R$ 20 bi está sendo conversado com sindicatos de bancos. "Estamos negociando condições adequadas para cumprir os prazos de pagamentos."
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O modelo proposto é de um consórcio de bancos, em que instituições financeiras atuam de maneira conjunta para buscar o capital. O valor ajudaria a salvar a estatal, que, em junho deste ano, precisava de cerca de R$ 5,6 bilhões para cumprir os compromissos de 12 meses.
Outra manobra que está sendo analisada é um Plano de Demissão Voluntária (PDV). A estatal está em busca de localidades onde não haja perda de capacidade linear para, após esse mapeamento, definir como haverá incentivo de demissão para funcionários.
Outras estratégias envolvem renegociação de contratos com fornecedores e a diversificação de receitas.
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Em 2021, os Correios tiveram lucro recorde de R$ 2,2 bilhões, mas, durante esse período, segundo o presidente, não houve investimentos certos e, quatro anos depois, a estatal não conseguiu se adaptar à nova realidade econômica pós-pandemia de covid-19, o que explicaria o rombo.
Nos últimos quatro anos, os Correios tiveram um aumento de despesa de 6%. "Nos últimos anos, a perda de competitividade faz com que haja perda de receita que impacta o caixa, o que potencializa o ciclo negativo", explicou.