CNC: intenção de consumo reduz, mas satisfação com renda é a maior desde 2015
Crédito ainda seletivo deixa famílias de baixa renda com pouca perspectiva de compras
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) recuou 0,2% em julho, descontados os efeitos sazonais. Esse é o primeiro resultado negativo do índice em 2024, apurado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Apesar da queda, a taxa ficou em 101,5 pontos, permanecendo na zona de satisfação.
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Em paralelo, a percepção da renda continuou positiva, atingindo 125,3 pontos – o maior nível desde março de 2015. O resultado, segundo o estudo, foi influenciado pela evolução do mercado de trabalho e pela queda no desemprego. Por outro lado, o subindicador que mede a perspectiva profissional dos consumidores caiu 6% no ano.
“O consumidor precisa equilibrar endividamento com controle da inadimplência”, disse o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros. Com o crédito ainda seletivo, tanto a avaliação sobre o consumo atual como a perspectiva de consumo no futuro caíram (0,4% e 0,6%, respectivamente), sobretudo entre famílias de baixa renda.
Gaúchos seguem com intenção de consumo em queda
A crise climática vivida pelo Rio Grande do Sul em maio continua impactando a intenção de consumo. Acompanhando o movimento de junho, em julho os efeitos persistiram, com redução de 4% no indicador. Apesar de não ter sido tão intensa quanto em junho (quando retrocedeu 4,7%), essa foi a segunda maior queda desde outubro de 2023.
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Todos os indicadores caíram nos dois comparativos (mensal e anual), sendo a percepção do momento para compra de duráveis, que caiu 8,6%, o maior destaque mensal. A segunda maior queda foi a da perspectiva profissional, de 8,4%, coerente com o tempo necessário para recuperar os empregos perdidos por causa das enchentes.