Camex aprova Brasil acionar OMC contra tarifaço dos EUA e governo busca ampliar mercados, diz Alckmin
Ação no organismo internacional ainda precisa do aval do presidente Lula; taxa norte-americana de 50% começa a valer na quarta-feira (6)

Jessica Cardoso
O vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou nesta segunda-feira (4) que o Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou que o Brasil entre com uma consulta na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos.
A informação foi confirmada após reunião de Alckmin com representantes do setor produtivo. A medida, no entanto, ainda depende do aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que decidirá como e quando o país deve acionar formalmente o organismo internacional.
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Como parte da resposta à tarifa norte-americana, que começará a valer nesta quarta-feira (6), Alckmin também ressaltou o esforço para ampliar mercados. Segundo ele, há perspectivas positivas para avançar nas relações com União Europeia e Reino Unido.
“A Apex vai se concentrar nesse trabalho. Temos possibilidade muito boa com a União Europeia e o Reino Unido, porque, lá atrás, houve bloqueio por questão sanitária que pode ser superada”, disse a jornalistas.
Também em conversas com jornalistas, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, reforçou a estratégia de diversificação comercial para mitigar os impactos das tarifas. Ele afirmou que o governo já abriu 398 novos mercados desde o início do mandato e trabalha para ampliar ainda mais esse número, incluindo a retomada de exportações suspensas, como o pescado para Reino Unido e União Europeia.
“Há mercados importantes na fila de finalizar o protocolo sanitário”, afirmou.
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Fávaro também comentou o impacto da gripe aviária nas exportações brasileiras e afirmou que negociações estão avançadas com países que ainda mantêm restrições.
“Hoje, sete países ainda estão fechados. Destes, três não compravam nada do Brasil. Se resolvermos com China, União Europeia e Chile, praticamente zeramos o impacto comercial da gripe. O Chile já está pronto para retomar. Estamos nas últimas negociações com a União Europeia e a China”, declarou.